Laboratório farmacêutico submete medicamento de alto custo para tratamento de neuroblastoma à avaliação para inclusão no SUS

Famílias que têm crianças diagnosticadas com neuroblastoma, um tipo de câncer infantil, podem ter uma boa notícia em breve. O laboratório farmacêutico Recordati submeteu o medicamento betadinutuximabe, conhecido comercialmente como Qarziba, à avaliação da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec). Se aprovado, o remédio estará disponível no sistema público de saúde, atendendo crianças com essa condição. A Conitec tem um prazo de 180 dias, prorrogáveis por mais 90 dias, para analisar a proposta.

O neuroblastoma é o terceiro tipo de câncer infantil mais comum e representa de 8% a 10% de todos os tumores em crianças. Estima-se que surjam 387 novos casos desse câncer a cada ano no Brasil, e pelo menos metade deles é considerado de alto risco.

O medicamento Qarziba é recomendado para pacientes a partir de 12 meses que já foram submetidos a quimioterapia de indução, transplante de células tronco e outros tratamentos. Ele foi utilizado em estudos clínicos desde 2009, em 18 países, em mais de mil pacientes. Em outros países como Reino Unido, Escócia, Bélgica, Suécia e Austrália, o medicamento já é recomendado para o tratamento de pacientes com neuroblastoma de alto risco.

Atualmente, o medicamento é autorizado no Brasil, mas seu uso é restrito à rede privada, sem aprovação da Conitec. Muitas famílias têm enfrentado dificuldades para ter acesso a esse tratamento de alto custo, recorrendo a vaquinhas online para conseguir o valor necessário.

O Ministério da Saúde divulgou que “acompanha e apoia com o máximo interesse as pesquisas e os avanços tecnológicos para tratamentos que podem ser incorporados ao SUS”. O governo já se reuniu com o laboratório fabricante do medicamento para demonstrar a possibilidade de análise pela Conitec e está pronto para iniciar o processo de avaliação, assim que a empresa solicitar a incorporação.

Se aprovado, o acesso ao medicamento Qarziba no SUS representará um avanço importante no tratamento do neuroblastoma, oferecendo mais possibilidades terapêuticas para as crianças diagnosticadas com essa condição.

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