Embora não tenha mencionado a Rússia, que é considerada a maior ameaça aos membros da Otan atualmente, as manobras militares acontecem próximo do aniversário de dois anos da invasão da Ucrânia pelas tropas de Vladmir Putin. Surpreendentemente, a Suécia, que está em meio a uma forte oposição da Rússia por pleitear uma vaga na aliança militar, também participará das manobras, programadas para maio.
Segundo Cavoli, as manobras serão uma “demonstração clara da nossa unidade, da nossa força e da nossa determinação para nos protegermos mutuamente, para proteger os nossos valores e a ordem internacional assente em normas”. Com a participação de 90 mil militares, 50 navios de guerra, 80 aviões e 1.100 veículos de combate de todos os tipos, esse será o maior exercício militar da Otan em décadas.
O almirante holandês Rob Bauer, chefe do comitê militar da Otan, destacou que esse será um recorde em termos de número de soldados participantes. Além disso, o Reino Unido confirmou o envio de 20.000 soldados do Exército, da Marinha e da Força Aérea para as manobras.
Grant Shapps, secretário da Defesa britânico, revelou que cerca de 16.000 soldados, com tanques, artilharia e helicópteros, serão enviados pelo Exército britânico para toda a Europa de Leste no âmbito dessas manobras militares da Aliança, que funcionarão como preparação para repelir uma potencial agressão russa.
Desde o início da ofensiva russa em grande escala na Ucrânia, a 24 de fevereiro de 2022, a Otan reforçou consideravelmente as suas defesas na frente oriental, enviando para lá milhares de soldados. Bauer destacou que as forças terrestres russas sofreram pesadas perdas em solo ucraniano, mas ressaltou que a Marinha e a Força Aérea russas continuam a ser forças “consideráveis”.
Ainda segundo Bauer, os combates intensos prosseguem, mas “embora os ataques russos sejam devastadores, não são significativos do ponto de vista militar”. O exercício contará com a participação de 31 países membros da organização e promete ser um grande desafio para a Otan em termos de demonstrar sua capacidade de defesa e unidade diante de uma possível ameaça.
