Polícia Federal cumpre mandado de busca contra deputado Carlos Jordy em operação de investigação sobre atos antidemocráticos após fracassada tentativa de golpe.

Nesta quinta-feira (18), foram realizadas buscas em residências ligadas ao deputado Carlos Jordy (PL-RJ), em uma ação executada pela Polícia Federal (PF) com anuência da Procuradoria-Geral da República (PGR), antes de ser autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Essa ação faz parte da 24ª fase da Operação Lesa Pátria, que visa identificar os responsáveis por planejar atos antidemocráticos que culminaram na tentativa fracassada de um golpe de Estado em janeiro de 2023.

A PF declarou que os fatos investigados possivelmente constituem crimes de abolição violenta do Estado democrático de direito, golpe de Estado, associação criminosa e incitação ao crime. O deputado Carlos Jordy compareceu à sede da PF, em Brasília, para prestar depoimento. Além disso, foram cumpridos outros nove mandados de busca e apreensão, com o intuito de identificar pessoas envolvidas no planejamento e execução dos atos antidemocráticos.

Carlos Victor de Carvalho, suplente de vereador da assembleia de Campos dos Goytacazes (RJ), apontado como líder de extrema direita na cidade e responsável por administrar grupos de extremistas em redes sociais, também foi alvo da operação. De acordo com as investigações, Carvalho solicitou orientação a Jordy sobre o bloqueio de estradas logo após a derrota de Jair Bolsonaro nas eleições presidenciais.

Moraes, que é relator dos inquéritos sobre os eventos de janeiro de 2023 no STF, frisou mensagens que indicam a forte ligação entre Carvalho e Jordy e autorizou o acesso da PF aos aparelhos eletrônicos do parlamentar, bem como a apreensão de armas e munições nos endereços de Jordy.

No pedido de busca contra o deputado, o subprocurador-geral da República Carlos Frederico Santos destacou a forte ligação entre Carlos Victor de Carvalho e Carlos Jordy, afirmando que o parlamentar tinha o poder de ordenar movimentações antidemocráticas.

Ao chegar na sede da PF, o deputado negou qualquer envolvimento com os acontecimentos de janeiro de 2023, classificando o mandado de busca e apreensão como uma medida autoritária e sem fundamento. Em vídeo publicado em suas redes sociais, Jordy afirmou que o mandado é uma tentativa de perseguição, intimidação e manipulação da narrativa às vésperas das eleições municipais, e que tal ação seria a confirmação de que o país estaria vivendo em uma ditadura. Ele ainda negou qualquer incitação aos atos que ocorreram em janeiro de 2023, declarando que nunca apoiou nenhum tipo de manifestação contra o governo eleito.

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