A PF declarou que os fatos investigados possivelmente constituem crimes de abolição violenta do Estado democrático de direito, golpe de Estado, associação criminosa e incitação ao crime. O deputado Carlos Jordy compareceu à sede da PF, em Brasília, para prestar depoimento. Além disso, foram cumpridos outros nove mandados de busca e apreensão, com o intuito de identificar pessoas envolvidas no planejamento e execução dos atos antidemocráticos.
Carlos Victor de Carvalho, suplente de vereador da assembleia de Campos dos Goytacazes (RJ), apontado como líder de extrema direita na cidade e responsável por administrar grupos de extremistas em redes sociais, também foi alvo da operação. De acordo com as investigações, Carvalho solicitou orientação a Jordy sobre o bloqueio de estradas logo após a derrota de Jair Bolsonaro nas eleições presidenciais.
Moraes, que é relator dos inquéritos sobre os eventos de janeiro de 2023 no STF, frisou mensagens que indicam a forte ligação entre Carvalho e Jordy e autorizou o acesso da PF aos aparelhos eletrônicos do parlamentar, bem como a apreensão de armas e munições nos endereços de Jordy.
No pedido de busca contra o deputado, o subprocurador-geral da República Carlos Frederico Santos destacou a forte ligação entre Carlos Victor de Carvalho e Carlos Jordy, afirmando que o parlamentar tinha o poder de ordenar movimentações antidemocráticas.
Ao chegar na sede da PF, o deputado negou qualquer envolvimento com os acontecimentos de janeiro de 2023, classificando o mandado de busca e apreensão como uma medida autoritária e sem fundamento. Em vídeo publicado em suas redes sociais, Jordy afirmou que o mandado é uma tentativa de perseguição, intimidação e manipulação da narrativa às vésperas das eleições municipais, e que tal ação seria a confirmação de que o país estaria vivendo em uma ditadura. Ele ainda negou qualquer incitação aos atos que ocorreram em janeiro de 2023, declarando que nunca apoiou nenhum tipo de manifestação contra o governo eleito.