A iniciativa foi contemplada pelo edital FUNDECI 01/2023 – Energias Renováveis, Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação, do Banco do Nordeste do Brasil (BNB), garantindo um financiamento de R$ 1 milhão para a condução do estudo. O objetivo central do projeto é produzir hidrogênio verde a partir da biomassa de espécies nativas e adaptadas da Caatinga.
Natasha Batista, pesquisadora do Irede e mestre em Ciências Físicas Aplicadas pela Uece, explica que o projeto busca oferecer uma alternativa sustentável aos combustíveis fósseis, alinhada aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU. Ela destaca que a ideia é otimizar métodos como a reforma a vapor do etanol e a biodigestão anaeróbia para gerar hidrogênio de baixo carbono de maneira mais eficiente.
Além disso, Lais Monique do Ó, especialista em fisiologia e bioquímica de espécies do semiárido, ressalta que a palma forrageira será uma das principais espécies utilizadas como biomassa na produção de energia renovável. Ela enfatiza o papel fundamental da palma forrageira na transição energética mais sustentável e na geração de um combustível de alto valor, que é o hidrogênio verde.
Keivia Lino Chagas, especialista em sustentabilidade, destaca o impacto social do projeto, ressaltando que ele trará benefícios socioeconômicos para a região semiárida, como a criação de empregos e a melhoria da qualidade de vida, promovendo sustentabilidade ambiental e avanços socioeconômicos.
O coordenador adjunto do projeto e coordenador do Laboratório de Energias Renováveis (LER/Uece), professor Lutero Carmo de Lima, salienta que o projeto visa atender principalmente os interesses de outras regiões do Brasil e de outros países, não se limitando apenas ao Ceará.
Em relação à localização do projeto, ele destaca que, ao contrário do que se vê em projetos de hidrogênio verde no Ceará, que estão mais voltados para a região litorânea, o projeto contemplado pelo edital do BNB, que visa a utilização da Caatinga, poderá abranger o interior do estado, causando um impacto impressionante na geração de empregos e no desenvolvimento do semiárido.
Rosa Ferreira Araújo Abreu, pesquisadora do Nutec, é a coordenadora do projeto, que conta com o apoio do professor da Universidade Federal do Ceará, Ronaldo Stefanutti, e outros colaboradores. Com um financiamento garantido e uma proposta inovadora, o projeto promete ser um marco na transição energética e na geração de empregos sustentáveis no interior do Ceará.