A tradição milenar das parteiras, baseada em práticas ancestrais, e a ciência, respaldada em evidências, caminham lado a lado no cuidado com a gestante e o recém-nascido. As parteiras desempenham um papel fundamental na assistência ao parto, proporcionando um ambiente de respeito e promovendo a redução das taxas de cesariana.
Nayane Cristina, atuante no Sistema Único de Saúde (SUS) em Brasília, relata que sua vocação para a atividade surgiu desde muito cedo, tendo como inspiração a história de sua avó, que teve oito partos em casa. Para seguir sua paixão, Nayane percorreu o caminho da faculdade de enfermagem e da residência em obstetrícia, agregando conhecimento acadêmico à tradição familiar.
No Brasil, a assistência ao parto por enfermeiras obstetras está prevista em lei, com a habilidade de prestar assistência ao parto normal de evolução fisiológica e ao recém-nascido. Essa assistência pode ocorrer em diversos cenários, incluindo hospitais, em casa ou casas de parto, como a da região administrativa de São Sebastião, no Distrito Federal.
No local onde Nayane exerce sua prática, 13 parteiras realizam, em média, 37 partos por mês, tratando de gestações de baixo risco e adotando um modelo de atendimento respeitoso. Esse tipo de assistência contribui significativamente para a redução das cesarianas e intervenções médicas, conforme apontam estudos realizados na região.
A psicóloga Marília Tomé, mãe de dois filhos, optou por ter seus partos assistidos por parteiras devido à busca por um parto com mais autonomia e menos intervenções. O apoio das parteiras em todas as etapas do processo maternal foi essencial para Marília, que destacou a importância do acompanhamento domiciliar durante as primeiras semanas de adaptação.
É relevante ressaltar que a escolha pelo acompanhamento com parteiras não exclui o papel dos médicos na gestação. As parteiras atuam como uma fonte de informações e apoio, considerando a autonomia das mulheres e preparando-as para o parto.
A presença das parteiras, aliada à assistência médica, proporciona às gestantes um acompanhamento integral e contribui para a preparação física e emocional para o parto. No entanto, é importante lembrar que a medicina moderna e os avanços tecnológicos salvam vidas diariamente.
As parteiras, que perpetuam uma tradição ancestral, continuarão a desempenhar um papel fundamental no cuidado com as gestantes e recém-nascidos, atuando ao lado de profissionais da saúde para oferecer um parto humanizado e seguro.
Essa bela trajetória de tradição, conhecimento ancestral e ciência moderna demonstra a importância da preservação dessas práticas milenares e da valorização das parteiras que atendem ao chamado de cuidar e acolher mães e bebês.
