De acordo com informações da FAB, a distribuição das cestas básicas está programada para ocorrer até o dia 31 de março. A logística da operação inclui o uso de seis aeronaves, sendo dois aviões turboélice C-105 Amazonas, capazes de lançar 140 cestas por voo cada um, além de quatro aviões C-98 Caravan. Além disso, helicópteros também estão sendo empregados para oferecer suporte na distribuição dos alimentos.
Na última sexta-feira (19), o estado de Roraima foi o primeiro a receber as 600 primeiras cestas entregues pela Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai). As cestas chegaram à Base Aérea de Boa Vista e foram transportadas pelos aviões até a base de apoio na área indígena de Surucucu. A previsão é de que a operação dure dois dias, com a entrega de 300 cestas por dia.
A mobilização para a distribuição das cestas básicas ocorre após uma mudança de posição do Ministério da Defesa. Em novembro do ano passado, a pasta havia informado ao Supremo Tribunal Federal (STF) que não era a responsável “primária ou imediata” pela distribuição de cestas aos yanomami. No entanto, a orientação mudou após a reunião ministerial de 9 de janeiro, resultando na edição de uma portaria com novas diretrizes.
A ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, destacou a dimensão da crise humanitária enfrentada pelo povo yanomami, afirmando que a situação levará décadas para ser resolvida. Mesmo com a saída de 80% dos garimpeiros ilegais da região, organizações criminosas ainda permanecem na área, contribuindo para a desnutrição dos indígenas.
É importante ressaltar que o Ministério da Defesa enfatizou que seu papel é “temporário e episódico” e que a ação em andamento ocorre em “caráter emergencial”, de acordo com o texto publicado no Diário Oficial. A distribuição das cestas básicas é uma medida fundamental e urgente para amenizar o sofrimento do povo Yanomami.
