Arquidiocese de São Paulo arquiva investigação sobre padre Júlio Lancellotti após conclusões do MPSP e Justiça Paulista

A Arquidiocese de São Paulo arquivou a investigação sobre o padre Júlio Lancellotti, da Pastoral de Rua da capital paulista. Segundo a entidade, o vídeo de conteúdo sexual foi divulgado em 2020 e já era investigado pela Cúria Metropolitana paulista.

Em nota, a Arquidiocese informou que, após não conseguir chegar à convicção suficiente sobre a materialidade da denúncia, considerando as conclusões do Ministério Público de São Paulo e da Justiça Paulista, decidiu pelo arquivamento e informou a Santa Sé.

De acordo com o advogado de Lancellotti, Luiz Eduardo Greenhalgh, trata-se de uma montagem, um vídeo fake (falso).

No início de janeiro, o material havia sido entregue ao presidente da Câmara Municipal de São Paulo, Milton Leite, pelo vereador Rubinho Nunes, do mesmo partido. Nunes é o autor do requerimento de comissão parlamentar de inquérito (CPI) que pretende investigar o padre Lancellotti e organizações sociais que apoiam pessoas em situação de rua no centro de São Paulo.

O vídeo foi entregue à Cúria Metropolitana na segunda-feira passada (22). Também fora levado ao Ministério Público. O material contém uma suposta videochamada entre um homem que alegaram ser o padre e um rapaz menor de idade. O conteúdo passou por procedimento investigativo. O MPSP também investigou o caso, concluindo que não há materialidade na denúncia e arquivou o inquérito.

A Arquidiocese informou ainda que permanece atenta a elementos verdadeiros sobre os fatos denunciados, mantendo distância de interesses ideológicos e políticos.

Sete vereadores paulistanos que assinaram o documento para a instauração da CPI já retiraram o apoio. Os parlamentares se disseram enganados pelo autor da CPI, uma vez que o texto não mencionava o padre.

A íntegra do posicionamento da Arquidiocese de São Paulo detalha que a denúncia foi protocolada na Câmara Municipal no início de janeiro e, após análise do material, verificou-se que trata-se do mesmo conteúdo divulgado em 2020. Naquela ocasião, a Cúria Metropolitana realizou um procedimento investigativo para apurar a denúncia recebida. Concomitantemente, o Ministério Público de São Paulo passou a investigar a dita denúncia, emitindo parecer contrário à instauração de uma ação penal e decidindo pelo arquivamento do inquérito.

A Cúria Metropolitana de São Paulo, diante da ausência de convicção suficiente sobre a materialidade da denúncia e das conclusões do MPSP e da Justiça Paulista, também decidiu pelo arquivamento e informou a Santa Sé.

A entidade reforçou que permanece atenta a ulteriores elementos de verdade sobre os fatos denunciados, mantendo-se distante de interesses ideológicos e políticos.

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