Os ministros das Relações Exteriores da Venezuela e da Guiana irão participar da nova rodada de diálogo, com a mediação do governo brasileiro, representado pelo chanceler Mauro Vieira, e dos governos de São Vicente e Granadinas e Dominica. Estes dois últimos países estão desempenhando um papel crucial na busca por uma solução pacífica, já que São Vicente e Granadinas está na presidência da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) e Dominica preside temporariamente o Mercado Comum e Comunidade do Caribe (Caricom).
Em dezembro de 2023, os presidentes Nicolás Maduro, da Venezuela, e Irfaan Ali, da Guiana, assinaram uma declaração conjunta comprometendo-se a não usar a força um contra o outro na disputa pelo território. Esse acordo foi alcançado durante uma reunião mediada pelo primeiro-ministro Ralph Gonsalves, na ilha caribenha de São Vicente e Granadinas, e teve a presença do assessor internacional da Presidência da República, Celso Amorim.
No final do ano passado, a Venezuela realizou uma consulta popular que aprovou a incorporação de Essequibo, região objeto da disputa, e autorizou a exploração de recursos naturais na área, além de nomear um governador militar para a região. Esses movimentos aumentaram as tensões entre os dois países e levaram o governo brasileiro a reforçar as tropas militares em Roraima, estado que faz fronteira com a Guiana e a Venezuela.
Além disso, o Brasil defendeu a resolução da controvérsia por meio de um diálogo mediado, uma vez que é o único país que faz fronteira simultânea com Guiana e Venezuela. Um eventual conflito militar poderia ameaçar parte do território brasileiro em Roraima, o que torna a mediação brasileira bastante significativa para a segurança nacional.
O encontro no Palácio do Itamaraty sinaliza a continuidade dos esforços diplomáticos para buscar uma solução pacífica para a disputa territorial entre Venezuela e Guiana, e o Brasil desempenha um papel fundamental nesse processo. Espera-se que as negociações conduzidas sob a mediação brasileira e dos governos de São Vicente e Dominica possam trazer avanços significativos na resolução deste impasse fronteiriço.
