Ministério Público de Minas Gerais e Polícia Civil cumprem mandados contra grupo econômico da empresa 123milhas em operação Mapa de Milhas

O Ministério Público de Minas Gerais em conjunto com a Polícia Civil realizou uma operação nesta quinta-feira (1º), cumprindo 17 mandados de busca e apreensão em endereços pertencentes a um grupo econômico do qual a empresa 123milhas faz parte. Denominada Operação Mapa de Milhas, a ação ocorreu em Belo Horizonte e resultou na apreensão de documentos, mídias, computadores e notebooks que serão analisados pelos investigadores.

A suspeita dos promotores é de que o grupo esteja envolvido em associação criminosa para a prática de estelionato, causando prejuízos milionários a milhares de pessoas em todo o país. Além disso, a investigação também abrange a possível prática de lavagem de dinheiro, que teria sido realizada por meio de diferentes estratégias financeiras e corporativas para ocultar valores e bens.

De acordo com o promotor de Justiça Rodrigo Storino, foram identificadas movimentações imobiliárias em nome de terceiros com vínculo com o grupo, assim como transações financeiras suspeitas para destinatários sem perfil para movimentar grandes quantias de dinheiro. Essas movimentações ocorreram próximas ao pedido de recuperação judicial e à suspensão do programa promo123, levantando suspeitas sobre as atividades financeiras do grupo.

A operação contou com a participação de oito promotores de Justiça, cinco delegados de Polícia Civil, 53 investigadores, um policial militar e cinco servidores do Ministério Público. A investigação é liderada pela 14ª Promotoria de Justiça de Defesa do Consumidor da Capital, com apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco Central) e do Centro de Apoio Operacional de Defesa da Ordem Econômica e Tributária (Caoet).

Além da operação, o Ministério Público de Minas Gerais ajuizou ações civis públicas para a tutela coletiva dos consumidores lesados, resultando em bloqueio judicial de bens e valores das empresas e sócios que integram o grupo econômico. Em agosto do ano passado, a 123milhas suspendeu a emissão de passagens para embarque entre setembro e dezembro de 2020, afetando os bilhetes da Linha Promo, opção em que os clientes compravam passagens com datas flexíveis.

Em declaração à CPI das Pirâmides Financeiras na Câmara dos Deputados, o sócio da 123milhas, Ramiro Madureira, atribuiu a falência da empresa a um modelo de negócio equivocado, que dependia de novas compras no site que acabaram sendo menores do que o esperado. A empresa acreditava que os custos iriam diminuir após a recuperação do mercado de viagens pós-pandemia, o que não se concretizou.

A situação da empresa e o desenrolar das investigações continuam sendo acompanhados de perto pelas autoridades competentes.

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