A situação veio à tona após a Polícia Federal deflagrar uma operação para investigar um suposto esquema de produção de informações clandestinas dentro da Abin durante a gestão do então diretor e atual deputado federal, Alexandre Ramagem. A investigação tem como um dos alvos o vereador Carlos Bolsonaro, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, e tem apontado que opositores do ex-presidente teriam sido monitorados ilegalmente. A reação de membros da família Bolsonaro não se fez esperar, com o deputado federal Eduardo Bolsonaro classificando a operação como “ato ilegal” e “imoral”.
Cepik deixou claro que seu antecessor não é investigado e que a decisão pela exoneração foi tomada para evitar qualquer tipo de dúvida. Ele ressaltou que, caso haja suspeitas sobre a participação de servidores da Abin nas irregularidades, a investigação será conduzida pela Corregedoria da Abin, pela Corregedoria-Geral da União e pela Polícia Federal.
O novo diretor-adjunto também mencionou uma sindicância interna instaurada em março do ano passado para apurar o uso indevido de ferramentas de geolocalização e outras ações realizadas sob a gestão anterior. A Abin busca esclarecer qual foi o uso da ferramenta e quais pessoas podem ter sido espionadas, ressaltando que a decisão final será tomada pelo Supremo Tribunal Federal e pela justiça.
Antes de assumir o cargo de diretor-adjunto, Cepik foi diretor da Escola de Inteligência da Abin e destacou que o órgão está comprometido em esclarecer todos os fatos relacionados às possíveis irregularidades na gestão anterior. A situação continua a ser acompanhada de perto e os desdobramentos desse caso poderão ter impacto significativo na esfera política e na imagem do governo.
