Segundo o advogado Eliésio Marubo, seu tio Paulo Marubo, que já havia enfrentado problemas de saúde no passado, teve uma piora em seu quadro de hepatite na última semana, com os rins e o fígado bastante comprometidos pela doença. O ex-coordenador da Univaja precisou de reposição de plaquetas e da retirada de líquidos da cavidade abdominal. Ele foi inicialmente transportado para Tabatinga (AM) e, posteriormente, para Manaus, onde deu entrada no Hospital 28 de Agosto, permanecendo no corredor da unidade de saúde.
A família alega que Paulo Marubo não recebeu o devido cuidado dos profissionais de saúde e critica a precariedade no atendimento do Sistema Único de Saúde (SUS). Eliésio Marubo também criticou a falta de um esquema efetivo de segurança para garantir a integridade de seu tio, que havia sido alvo de ameaças de criminosos ao longo dos anos.
Além disso, Marubo foi um dos líderes contra o tráfico internacional de drogas, pesca e caça ilegais na região, o que o tornava uma figura notória e constantemente ameaçada por criminosos. A Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab) reconheceu o legado deixado por Paulo Marubo, afirmando que ele “criou condições para que a floresta e as vidas que ali habitam sigam em pé”.
A Agência Brasil solicitou posicionamento dos ministérios dos Povos Indígenas, da Saúde e da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e aguarda retorno. Além disso, a reportagem também procurou a Secretaria de Segurança Pública do Amazonas para comentar sobre as questões levantadas pela família de Paulo Marubo. O líder indígena deixa um legado importante na luta pela preservação dos direitos e da cultura dos povos indígenas, e sua morte é uma grande perda para a causa.
