Fórum da Capoeira de São Paulo e Instituto Caifazes Ação Social realizam pesquisa censitária na capital para mapear grupos de capoeira

O Fórum da Capoeira de São Paulo, juntamente com o Instituto Caifazes Ação Social, está prestes a realizar uma pesquisa censitária na capital paulista com o objetivo de mapear os diversos grupos de capoeira existentes na cidade. Essa iniciativa, que conta com o apoio da Secretaria Municipal de Esportes e Lazer e da Casa da Capoeira de São Paulo, tem como previsão a coleta de dados ao longo de três meses, seguida por uma etapa de gestão e organização que deverá durar aproximadamente seis meses, de acordo com o planejamento inicial. O resultado desse trabalho será apresentado no dia 17 deste mês.

A ideia é visitar os espaços onde os grupos de capoeira estão localizados e entrevistar as pessoas responsáveis, além de produzir um banco de dados acessível para entidades de capoeira e pesquisadores. Em entrevista à Agência Brasil, o contramestre Renato Manoel de Souza, conhecido como Palito, destacou a importância de envolver no projeto apenas pessoas comprometidas com a capoeira, que historicamente tem sido alvo de ataques de racismo.

De acordo com Palito, a capoeira foi perseguida por ser uma manifestação cultural de africanos escravizados e hoje, os mestres negros continuam sendo vítimas de discriminação, mesmo com reconhecimento da sociedade. O contramestre afirmou que a discriminação é dirigida à pessoa negra e não à atividade em si.

Para Renato, o censo é um desdobramento de ações iniciadas entre 2018 e 2019 e foi impulsionado por audiências públicas promovidas por Leci Brandão (PCdoB), com o intuito de agilizar o levantamento nos municípios por meio da criação dos fóruns de capoeira.

O capoeirista salientou que a pesquisa censitária ajudará a qualificar as ações do movimento dos capoeiristas junto ao poder público, o que deve resultar em uma descentralização de recursos e políticas públicas para beneficiar diversos grupos. Segundo Palito, o lançamento do Edital de Fomento para a Capoeira em 2023, com um orçamento de R$ 2,5 milhões, resultou da aproximação desse movimento com as autoridades governamentais. A prefeitura empenhou cerca de R$ 5 milhões para a capoeira no último ano, destacou.

Portanto, essa iniciativa de mapear os grupos de capoeira na cidade de São Paulo é uma importante ferramenta para a valorização e preservação dessa manifestação cultural afrodescendente, que tem grande importância no desenvolvimento da maior cidade do país. A pesquisa censitária contribuirá para tornar visíveis os grupos de capoeira e suas necessidades, impulsionando ações que visam fortalecer e proteger essa expressão cultural tão marcante na história do Brasil.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo