O FSM foi criado em 2001, em Porto Alegre, como uma alternativa ao Fórum Econômico de Davos, na Suíça, que reúne empresários e governantes dos países mais ricos do mundo. No entanto, desde a década passada, o Fórum Social tem perdido relevância política, de acordo com o jornalista Carlos Tibúrcio, cofundador do FSM e membro do Conselho Internacional.
Tibúrcio destaca que o mundo está em uma situação ainda pior do que quando o Fórum foi criado, com crises econômicas, emergência climática e o avanço de correntes políticas de extrema-direita e perfil neofascista. Além disso, ele ressalta que o FSM enfrenta debates internos para reposicionar sua atuação internacional, com a criação de uma nova estrutura através da Assembleia Social Mundial de Lutas e Resistências.
A Assembleia, integrada por organizações que fazem parte do Conselho Internacional do Fórum, terá uma atuação mais constante, emitindo posicionamentos e atuando diretamente na promoção das pautas da sociedade civil internacional em matéria de direitos humanos e sociais, combate às desigualdades, entre outros.
O contexto mundial pede uma maior capacidade de incidência da sociedade civil, segundo Tibúrcio, que afirma que o FSM foi fundamental na resistência ao neoliberalismo. Entre as ações que deram resultado, destaca-se a derrota do projeto de criação de uma área de livre comércio nas Américas e a oposição à guerra no Iraque.
Neste ano, o FSM retorna à Ásia, com a expectativa de promover debates sobre questões como a crise climática e conflitos geopolíticos. Mais de 80% das mil organizações esperadas para o Fórum são oriundas de países asiáticos, evidenciando a importância da região para as discussões. O Nepal, especificamente, tem sido palco de mudanças políticas e sociais significativas, com a deposição da monarquia e a instalação de um governo progressista.
Com isso, o X Fórum Social Mundial se apresenta como um espaço crucial para a discussão de temas relevantes e para fortalecer a atuação da sociedade civil diante dos desafios do mundo atual.