Moradores de Maceió acionam Justiça holandesa contra Braskem por danos ambientais e individuais causados pela empresa.

Nove moradores de Maceió estão buscando Justiça na Holanda para serem compensados pelos danos causados pela petroquímica Braskem. As atividades da empresa resultaram no afundamento de casas e terrenos na capital alagoana, e os moradores estão acionando a Justiça holandesa para que sejam indenizados pelos danos morais e materiais decorrentes do desastre.

O escritório de advocacia Pogust Goodhead representa os brasileiros na ação na Holanda, e a primeira audiência aconteceu nesta quinta-feira na Corte do Distrito de Roterdã. Durante o processo, será determinada a responsabilidade da petroquímica no afundamento das propriedades e se buscará uma sentença declaratória de responsabilidade e indenização pelos danos sofridos.

Na audiência, as vítimas e a Braskem foram ouvidas, e espera-se que novas audiências e diligências sejam solicitadas no decorrer do processo. Os advogados das vítimas afirmaram que o Grupo Braskem, incluindo suas subsidiárias holandesas, é responsável pelos danos causados em Maceió e devem compensar as vítimas.

Os moradores de Maceió haviam classificado de “vergonhosas e desmoralizantes” as “pequenas quantias” oferecidas no Brasil pela empresa, e agora buscam uma reparação mais justa na Holanda. Segundo o escritório de advocacia, o direito material aplicado no caso será o direito brasileiro, que é extremamente desenvolvido e progressista em relação ao meio ambiente e a questões sociais.

O desastre foi causado pela exploração de sal-gema em jazidas no subsolo ao longo de décadas pela Braskem. Em 2018, foi identificada uma lacuna subterrânea deixada pela empresa, o que provocou instabilidade do solo em alguns bairros de Maceió. Como resultado, alguns desses bairros tiveram que ser completamente evacuados em 2020 por causa de tremores, rachaduras e afundamentos.

A Agência Brasil aguarda o posicionamento da Braskem sobre as ações que correm na Justiça holandesa.

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