Inicia estudo para verificar eficácia da vacina contra a dengue na população adulta na zona oeste do Rio de Janeiro

O Ministério da Saúde, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) do Rio de Janeiro deram início nesta sexta-feira (16) ao estudo para verificar a eficácia da vacina contra a dengue na população adulta. A vacina aplicada é a Qdenga, fabricada pelo laboratório japonês Takeda. O objetivo é analisar a possibilidade de incorporação nacional do imunizante para outras faixas etárias.

A pesquisa pioneira no Sistema Único de Saúde (SUS) selecionou a região de Barra de Guaratiba, na zona oeste da cidade, como local de estudo. A escolha se deve à alta incidência da doença na região nos anos de 2023 e 2024, além da característica não migratória da população e da cobertura de 100% da saúde da família. O estudo conta com a participação voluntária de 20 mil pessoas de 18 a 40 anos, que serão acompanhadas ao longo de dois anos.

A vacinação dos participantes será feita de forma escalonada, com coleta de sangue para dosagem de anticorpos e aplicação da vacina em duas doses, com um intervalo de três meses entre elas. A região de Guaratiba conta com cerca de 67 mil moradores na faixa etária selecionada, dos quais 20 mil foram escolhidos para participar do estudo por critérios de sorteio.

Além disso, a pesquisa estabeleceu critérios de exclusão, como lactantes, gestantes, pessoas com imunossupressão, entre outras condições. A aplicação da vacina será feita na unidade de saúde Mourão Filho, em Barra de Guaratiba, e a lista de voluntários convocados está disponível nos sites oficiais da prefeitura.

O secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, ressaltou a importância do estudo para a ciência e destacou que a vacina Qdenga já foi reconhecida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), mas a pesquisa quantificará sua eficácia e observará seu comportamento na população brasileira.

Já a secretária nacional de Vigilância em Saúde e Meio Ambiente do Ministério da Saúde, Ethel Maciel, enfatizou a relevância do estudo para a tomada de decisões a nível global, observando que a faixa etária de 20 a 40 anos é onde se concentra o maior número de casos de dengue no Brasil.

Segundo o diretor do Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde, Eder Gatti, o Brasil é o primeiro país do mundo a utilizar a vacina Qdenga em uma estratégia de saúde pública, o que tem atraído a atenção internacional para o estudo.

Além disso, a Fiocruz está em entendimentos com o laboratório japonês Takeda para a transferência de tecnologia e a produção da vacina no Brasil, buscando contornar a demanda maior do que a capacidade de produção atual.

Por fim, a Qdenga foi aprovada pela Comissão Nacional de Incorporações de Tecnologias (Conitec) e incorporada ao SUS, conferindo proteção contra os quatro subtipos do vírus da dengue. Este estudo é mais uma etapa importante para a avaliação da eficácia e segurança da vacina contra a dengue, contribuindo para a saúde pública e o combate da doença.

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