Venezuela ordena que funcionários do gabinete de direitos humanos da ONU deixem o país em três dias

O governo da Venezuela causou polêmica ao ordenar a saída de todos os funcionários do gabinete de direitos humanos da ONU do país em um prazo de três dias. A decisão foi justificada como uma medida para conduzir uma revisão da cooperação entre o país sul-americano e a organização internacional.

Segundo o governo venezuelano, a revisão da cooperação técnica será realizada nos próximos 30 dias, e todos os funcionários da ONU associados ao escritório precisam deixar o país dentro de 72 horas. A medida foi duramente criticada pela ONU, que se pronunciou através de seu porta-voz, Stéphane Dujarric, prometendo uma resposta posterior.

A decisão do governo venezuelano foi motivada por comentários do relator especial da ONU sobre o direito à alimentação, Michael Fakhri, que realizou uma visita ao país. Fakhri destacou que o programa de alimentação do governo venezuelano não aborda as causas fundamentais da fome e é suscetível a influências políticas. Em resposta, a televisão estatal venezuelana criticou duramente os comentários de Fakhri, e o governo acusou o gabinete de direitos humanos da ONU de atitudes “colonialistas, abusivas e violadoras”.

A polêmica entre a Venezuela e a ONU remonta ao ano de 2019, quando o gabinete de direitos humanos da organização começou a operar no país. Desde então, as relações entre o governo venezuelano e a ONU têm sido marcadas por tensões e atritos, especialmente em relação às críticas internacionais sobre a situação dos direitos humanos no país.

A decisão de expulsar os funcionários da ONU e revisar os termos de cooperação técnica levantou preocupações sobre o compromisso do governo venezuelano com a proteção dos direitos humanos e a cooperação internacional. A comunidade internacional aguarda com expectativa o desenrolar dessa polêmica e as possíveis repercussões nas relações diplomáticas entre a Venezuela e outros países.

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