Chefes de Estado africanos defendem reforma no sistema financeiro internacional e criação de instituições continentais para atender interesses locais.

Líderes políticos africanos se reuniram em Adis Abeba, na Etiópia, durante a 37ª Cúpula da União Africana, para defender a urgência de uma profunda reforma no sistema financeiro internacional. A criação de um sistema financeiro continental focado nos interesses e necessidades dos 54 países africanos também foi amplamente discutida durante o evento.

Propostas como a criação do Banco Central Africano (BCA), do Fundo Monetário Africano (FAM) e do Banco Africano de Investimentos (BAI) ganharam destaque no Diálogo Presidencial Sobre as Instituições Financeiras da União Africana e As Reformas da Arquitetura Financeira Global, que ocorreu de forma paralela à cúpula.

As redes sociais da União Africana informaram que os chefes de Estado e de Governo estão determinados a acelerar a união monetária continental, buscando harmonizar as diferenças nacionais e criar as três novas instituições. Albert Muchanga, comissário para o Comércio e Indústria da Comissão da União Africana, destacou a importância de remodelar o panorama financeiro refletindo as aspirações e os interesses de todas as nações, particularmente as da África.

O comissário zambiano ressaltou que o sistema financeiro global falha e favorece a marginalização das nações em desenvolvimento, distribuindo recursos e poder de forma desigual. Segundo Muchanga, a combinação de recursos e conhecimentos africanos pode criar instituições adaptadas às necessidades e prioridades específicas do continente, promovendo maior colaboração e solidariedade entre os Estados-Membros da União Africana.

A vice-presidente da União Africana, Monique Nsanzabaganw, enalteceu o potencial das instituições financeiras continentais em alavancar empreendimentos inovadores e promover práticas de investimento responsável, impulsionando a transformação econômica dos países africanos. Já o presidente de Gana, Nana Addo Dankwa Akufo-Addo, ressaltou a urgência de financiar projetos produtivos para gerar crescimento suficiente para pagar futuras dívidas de financiamento.

Durante a cúpula, os líderes políticos africanos reiteraram o compromisso em promover o desenvolvimento econômico e a integração monetária e financeira do continente. A busca por uma arquitetura financeira global robusta que priorize as necessidades africanas foi defendida como essencial para enfrentar os desafios atuais e futuros da região.

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