Apesar do recuo observado entre janeiro e fevereiro, o patamar identificado é 10,4% mais alto do que o mesmo período do ano passado e o melhor para o período desde 2015. Segundo a CNC, o resultado negativo na comparação entre meses imediatamente seguidos é reflexo do fato de que as famílias estão mais preocupadas em quitar dívidas do que em realizar novas aquisições.
O economista-chefe da CNC, Felipe Tavares, explicou que, apesar das taxas de juros mais favoráveis, a procura por crédito tem desacelerado em relação aos resultados do ano passado, demonstrando menos interesse por recursos financeiros por parte das famílias.
A pesquisa avalia sete indicadores, incluindo condições atuais (emprego, renda, e nível de consumo), expectativas para três meses à frente (perspectiva de consumo e perspectiva profissional), além da avaliação do acesso ao crédito e momento atual para aquisição de bens duráveis. Em fevereiro, dentre os itens avaliados, apenas a renda atual teve aumento na percepção, indicando que a inflação controlada contribuiu para incrementar a renda real das famílias e potencializar o poder de compra dos consumidores.
A redução na intenção de consumo em fevereiro foi mais pronunciada nas famílias com renda abaixo de dez salários-mínimos, que registrou uma queda de 0,6%. Já para as famílias com renda acima de dez salários-mínimos, a redução foi de 0,1%. A CNC avalia que as famílias de menor renda, por estarem mais endividadas, priorizam o ajuste do orçamento, enquanto as com maiores rendimentos já enxergam melhoras no consumo futuro.
Apesar da queda na intenção de consumo, a CNC destaca que a atenção das famílias brasileiras ao planejamento financeiro tem apresentado resultados positivos no mercado de crédito e, apesar do enfraquecimento do consumo, a intenção de compra se mantém melhor do que em anos anteriores. Em resumo, a pesquisa indica uma maior conscientização quanto às finanças por parte das famílias brasileiras.
