EUA defendem acordos de reconhecimento em territórios palestinos ocupados por Israel para garantir segurança do país.

Os Estados Unidos manifestaram sua posição na Corte Internacional de Justiça (CIJ), em Haia, defendendo que o fim da ocupação israelense nos territórios palestinos deve estar condicionado a acordos de reconhecimento entre Tel Aviv e os demais estados do Oriente Médio, a fim de garantir a segurança de Israel.

O representante do governo dos Estados Unidos, Richard Wiesek, destacou a importância desses requisitos interdependentes, ressaltando que a retirada das forças israelenses está vinculada ao fim da beligerância e ao reconhecimento mútuo, de acordo com a decisão do Conselho de Segurança da ONU. Além disso, Wiesek se posicionou contrário a uma retirada unilateral dos militares israelenses da Cisjordânia e da Jerusalém Oriental ocupadas.

Essa manifestação dos Estados Unidos ocorreu em uma audiência pública da CIJ, que foi provocada a se manifestar sobre a ocupação de Israel na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental. Até o momento, 52 estados se inscreveram para comentar o tema, incluindo Brasil, África do Sul e representantes dos palestinos, que pediram que a Corte considere a ocupação ilegal e que Israel retire imediatamente os militares dos territórios reconhecidos internacionalmente como dos palestinos.

Essa consulta ao tribunal é resultado de uma resolução aprovada pela Assembleia-Geral da ONU, que questionou a CIJ sobre as “consequências jurídicas decorrentes das políticas e práticas de Israel no território palestino ocupado”. Os países querem saber, entre outras informações, o que Israel pode sofrer por supostamente violar o direito do povo palestino à autodeterminação.

Os Estados Unidos também rejeitaram a tese, defendida por outros países, de que a ocupação é ilegal, mesmo que seja comprovada violação do direito internacional. Wiesek sustentou que o fato de haver uma ocupação “é a base para a potência ocupante exercer a sua autoridade sobre o território ocupado” e pediu que o tribunal não emita um parecer pedindo a retirada de Israel da Palestina ocupada.

De acordo com o representante dos Estados Unidos, a Resolução 242 de 1967 da ONU, que determina a saída dos militares israelenses dos territórios palestinos, só pode ser cumprida caso a Resolução 338 de 1979 também seja totalmente atendida. Ele ainda destacou que acordos de paz históricos, primeiramente entre Israel e o Egito, e depois entre Israel e a Jordânia, foram baseados nesse princípio.

Após o fim da 2ª Guerra Mundial, a responsabilidade pelo território que atualmente é de Israel e da Palestina foi transferida para as Nações Unidas. Com a Resolução 181, de 1947, a Assembleia-Geral da ONU recomendou a partilha da Palestina entre judeus e árabes, resultando na criação apenas do Estado de Israel. Posteriormente, em 1967, Israel ocupou militarmente a Cisjordânia, a Faixa de Gaza e a Jerusalém Oriental, que estavam sob o controle do Egito e da Jordânia.

Apesar da Resolução 242 da ONU que determinou a retirada das forças armadas israelitas dos territórios ocupados, a construção de assentamentos israelenses na Cisjordânia continuou, chegando a cerca de 300 colônias consideradas ilegais segundo a ONU. Em 2005, Israel deixou a Faixa Gaza, mas mantém um cerco ao enclave controlando a saída e a entrada de pessoas e mercadorias.

Portanto, a audiência na CIJ proporcionou a manifestação de diversas perspectivas em relação ao conflito israelense-palestino, incluindo a posição dos Estados Unidos em relação à ocupação dos territórios palestinos por Israel. Ainda não se sabe qual será a decisão final da CIJ em relação a esse tema, mas é certo que a situação continuará a ser monitorada de perto.

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