Pequenas indústrias enfrentam grandes desafios financeiros devido à dificuldade de acesso ao crédito e alta carga tributária nos últimos dez anos.

Nos últimos dez anos, as pequenas indústrias têm enfrentado desafios financeiros significativos devido à dificuldade de acesso ao crédito e à alta carga tributária. Segundo um balanço da pesquisa Panorama da Pequena Indústria, divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) entre 2013 e 2023, a situação tem sido complicada para os pequenos empresários do setor.

O levantamento mostrou que, ao longo de 40 trimestres, os pequenos empresários industriais têm enfrentado obstáculos no acesso ao crédito, ficando abaixo da média histórica em diversas ocasiões. Em 2016, por exemplo, o Índice de Situação Financeira atingiu seu pior resultado, com 29,5 pontos, em um cenário que a taxa Selic estava em 14,25% ao ano.

Mesmo com a redução da taxa Selic para 2% ao ano em 2020, durante a pandemia de covid-19, os pequenos empresários industriais ainda lutaram para superar a marca de 50 pontos no Índice de Situação Financeira, que separa avaliações favoráveis das desfavoráveis.

Além da dificuldade de acesso ao crédito, a carga tributária foi outro obstáculo apontado pelas pequenas indústrias ao longo da última década. Tanto as empresas tributadas pelo Simples Nacional quanto as médias indústrias reclamaram do peso dos impostos sobre o faturamento.

Apesar dos desafios, algumas medidas de apoio às pequenas empresas têm sido implementadas, como o Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe) e o Programa Emergencial de Acesso a Crédito (PEAC), que ajudaram a melhorar as finanças das indústrias de menor porte.

Embora o Índice de Confiança do Empresário indique um otimismo moderado em relação às condições atuais e expectativas futuras, o Índice de Perspectivas da Pequena Indústria ainda demonstra cautela por parte dos empresários na hora de investir e contratar.

Apesar das dificuldades, o setor de micro e pequenas indústrias apresenta sinais de expansão, com um aumento no número de empresas e no total de empregos gerados. Medidas como o programa Novo Brasil Mais Produtivo e o Programa de Apoio à Competitividade das Micros e Pequenas Indústrias são apontadas como essenciais para estimular esse crescimento nos próximos anos.

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