Ministra Cármen Lúcia reformula voto sobre medidas ambientais do governo Bolsonaro, sugerindo ampliação de prazo para cumprimento de metas na Amazônia.

A ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), surpreendeu nesta quinta-feira (29) ao reformular seu voto em relação à legalidade das medidas ambientais adotadas pelo governo de Jair Bolsonaro. O caso, que teve início em 2022, foi retomado na tarde de hoje, trazendo à tona discussões sobre o Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia (PPCDAm).

Ao ajustar seu voto anterior, a ministra sugeriu a ampliação do prazo para que o atual governo cumpra as metas estabelecidas para a redução do desmatamento na Amazônia, por meio da quinta fase do PPCDAm, um programa retomado no ano passado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Contudo, o julgamento foi mais uma vez interrompido e só será retomado no dia 13 de março.

Em 2022, Cármen Lúcia, que é a relatora das ações, havia determinado um prazo de 60 dias para que o governo Bolsonaro apresentasse um plano efetivo de combate aos crimes ambientais e de redução do desmatamento ilegal em terras indígenas e unidades de conservação na Amazônia Legal. Diante do processo de “reconstitucionalização ambiental” em curso no governo atual, a ministra decidiu reajustar seu voto.

Durante a sessão, a ministra afirmou que é essencial que haja um compromisso do Estado brasileiro, independentemente do governo em exercício, com a garantia de um ambiente ecologicamente equilibrado. Além disso, também votou a favor de comunicar ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) o andamento das ações do PPCDAm e liberar verbas do Fundo Amazônia.

O ministro André Mendonça também se posicionou a favor de medidas de proteção à Amazônia, porém não reconheceu o “estado de coisas inconstitucional”. O julgamento em curso no STF envolve cinco ações protocoladas por sete partidos que pedem a efetiva execução do PPCDAm pelas autoridades ambientais, evidenciando a importância do tema para a sociedade brasileira.

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