Ministro Barroso critica criminalização do aborto e defende políticas públicas mais eficazes para as mulheres em situação de aborto.

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, fez duras críticas à política de criminalização do aborto em vigor no Brasil. Em declaração realizada durante a abertura da sessão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Barroso afirmou que a criminalização do aborto é uma “má política pública” e que aprisionar mulheres que realizam a prática não contribui em nada para resolver o problema.

Segundo Barroso, o aborto é algo indesejável e deve ser evitado. Para ele, o papel do Estado é impedir que a prática ocorra, oferecendo educação sexual, contraceptivos e apoio para mulheres que desejam ter filhos. No entanto, colocar as mulheres na cadeia após praticarem o aborto não é a solução adequada, sendo considerado uma política ineficaz.

O ministro destacou a importância de avançar na conquista de direitos sexuais e reprodutivos das mulheres, ressaltando que isso deve ser feito com a máxima urgência. Barroso ressaltou que é possível se posicionar contra o aborto sem necessariamente concordar com a prisão das mulheres que passam por essa situação complicada.

A declaração de Barroso surge meses após ele afirmar que o tema do aborto não será pautado no curto prazo no STF, onde é responsável por montar a agenda de julgamentos. Em dezembro, o ministro afirmou que o debate sobre a questão ainda não está maduro o suficiente para ser discutido pela Corte.

Em setembro do ano passado, a então presidente do STF, ministra Rosa Weber, pautou uma ação sobre o tema e votou a favor da descriminalização do aborto até a 12ª semana de gestação. No entanto, o julgamento foi interrompido após um pedido de destaque feito pelo ministro Barroso, que assumiu a presidência do Supremo em seguida.

Diante disso, a discussão sobre a legalização do aborto no Brasil permanece em aberto, com diferentes posições sendo defendidas pelos membros do STF e da sociedade em geral. O tema continua sendo alvo de debate e reflexão, com a necessidade de encontrar soluções que respeitem os direitos das mulheres e garantam uma política pública eficaz em relação ao aborto.

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