Sem acordo, presidente da CAS encerra reunião sem deliberação de projetos após questionamentos sobre atas da última sessão.




Reunião da Comissão de Assuntos Sociais

Sem acordo sobre as atas da última reunião (28 de fevereiro), o presidente da Comissão de Assuntos Sociais (CAS), senador Humberto Costa (PT-PE), encerrou a reunião desta quarta-feira (6) sem deliberação dos projetos em pauta

. Na semana passada, o líder da Oposição, senador Rogério Marinho (PL-RN), já havia anunciado obstrução para esta semana.

Após as solicitações de leituras das atas da sessão deliberativa e da audiência pública do dia 28 de fevereiro pelos senadores Marinho e Jayme Campos (União-MT), parlamentares da Oposição questionaram as informações que não estariam constantes nas atas lidas no colegiado. Humberto Costa, por sua vez, afirmou que as duas atas questionadas estão de acordo com o Regimento Interno do Senado.

Obstrução

Na quarta-feira (28) da semana passada, o senador Rogério Marinho já tinha manifestado que a partir dessa semana se colocaria em obstrução na CAS até que fosse votado o projeto sobre contribuição assistencial (PL 2.099/2023) que veda a exigência de contribuição sindical de membros de categorias econômicas e profissionais não sindicalizados.

Na ocasião, o relator, senador Paulo Paim (PT-RS), explicou que estava estudando com “a devida atenção o tema”, que envolve empregados e empregadores, as entidades das duas partes e o Ministério do Trabalho.

Na reunião desta quarta (6), Marinho afirmou que o processo de obstrução se dá justamente pela alegação de se votar “um tema que impacta a vida de milhões de brasileiros por todo o país que são aqueles que contribuem para o sustento da nação”. Segundo o parlamentar, são mais de 40 milhões de celetistas que “hoje são obrigados a fazer uma contribuição social sem direito de oposição”.

Marinho foi o relator do PL 2.099/2023 na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), onde foi favorável à matéria, de autoria do senador Styvenson Valentin (Podemos-RN).

Vacina

Da mesma forma, o senador Eduardo Girão (Podemos-CE) questionou o porquê de não constar da ata da reunião deliberativa sua manifestação sobre sessão temática promovida no Plenário do Senado, na segunda-feira (26), quando debatedores criticaram a recomendação da vacina contra a covid-19 em crianças de até quatro anos, incluída no Programa Nacional de Imunização (PNI).

Girão se manifestou ao final da reunião (28), após o senador Humberto Costa ter feito críticas à sessão de debates temáticos, que chamou de “um verdadeiro desserviço para a população do país”.

— Estávamos presentes ali médicos, cientistas, sociedade civil organizada, Conselho Federal de Medicina e nós não tivemos a presença da ministra da Saúde. E eu deixei claro que o Brasil é o único país do mundo que tem uma obrigatoriedade na questão da vacina de covid para criança —disse Girão.

Em contraponto, o senador Fabiano Contarato (PT-ES) alertou que os parlamentares têm responsabilidade sobre o “que falamos e agimos”.

— Eu não posso difundir uma cultura antivacina, contrária à Ciência, por uma questão meramente ideológica — disse Contarato.

O senador Carlos Portinho (PL-RJ) também afirmou que não constava da ata a informação de quem iria convocar a ministra da Saúde, Nísia Trindade, que não esteve presente na sessão de debate temático.

O presidente da CAS disse que propôs marcar uma reunião para a ministra participar, o que já está sendo providenciado. Da mesma forma, Humberto Costa afirmou que serão feitas as retificações cabíveis às atas.

Atas

Rogério Marinho afirmou que as atas [deliberativa e de audiência pública] apresentam uma “série de lacunas e são extremamente concisas”.

— O fato de a ata ser sucinta por si só pode ser aqui uma homenagem a questão burocrática de diminuição de espaço, mas nós não estamos vendo nessa ata [deliberativa] o que de fato aconteceu na sessão anterior. Aqui é uma mera descrição de pessoas que apresentaram projetos, de seus relatores e do final do processo. Não se descreve aqui de que forma se deu essa decisão — disse Marinho.

O presidente da CAS informou que o artigo 115, parágrafo 2º, do Regimento Interno do Senado, é explícito em dizer que das atas constarão: I – o dia, a hora e o local da reunião; II – os nomes dos membros presentes e os dos ausentes com causa justificada ou sem ela; III – a distribuição das matérias por assuntos e relatores; IV – as conclusões dos pareceres lidos; V – referências sucintas aos debates; VI – os pedidos de vista, adiamento, diligências e outras providências, salvo quando não se considere conveniente a divulgação da matéria.

— As atas serão publicadas no Diário do Senado Federal, dentro dos dois dias úteis que se seguirem à reunião, podendo, em casos excepcionais, a juízo do presidente da comissão, ser essa publicação adiada por igual prazo. Além disso, essas reuniões todas são gravadas, em vídeo e áudio e temos as Notas Taquigráfica. Portanto, as duas atas estão em conformidade com o que prevê o Regimento Interno — expôs o senador Humberto.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)


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