A Operação Castelinho teve início com a saída temporária de três detentos da prisão com autorização judicial, os quais informaram a doze pessoas sobre um suposto avião que transportaria uma grande quantia em dinheiro para atrair os criminosos e incitá-los a realizar um roubo. No entanto, a informação sobre o avião era falsa, visto que se tratava de uma estratégia do Grupo de Repressão e Análise aos Delitos de Intolerância (Gradi) para executar as vítimas de forma extrajudicial.
A Corte Interamericana apontou que, durante a Operação Castelinho, os policiais atiraram contra os ônibus que transportavam as vítimas, resultando em ferimentos fatais. O fato de que as vítimas não estavam armadas e não houve troca de tiros evidencia a ação planejada e realizada pelo Estado para o extermínio dessas pessoas.
Como consequência da sentença, o Estado brasileiro foi ordenado a adotar medidas de reparação, como a criação de um grupo de trabalho para esclarecer o papel do Gradi em operações similares no estado de São Paulo, além de providenciar tratamento médico e psicológico aos familiares das vítimas e realizar um ato público de reconhecimento de responsabilidade.
Além disso, a decisão da Corte Interamericana ocorre em meio a novas denúncias de violações de direitos humanos durante as operações Escudo e Verão, na Baixada Santista, onde 45 pessoas foram mortas desde fevereiro. A Defensoria Pública de São Paulo solicitou a intervenção da CIDH para o fim da Operação Escudo, enquanto a SSP alega que todas as mortes estão sendo investigadas pelos órgãos competentes.