Operações policiais na Baixada Santista não reduzem criminalidade violenta e colocam vida de policiais em risco, aponta Instituto Sou da Paz.

A atuação da Polícia Militar na Baixada Santista, no ano passado, foi alvo de críticas do Instituto Sou da Paz, que apontou a falta de avanços na redução da criminalidade violenta, o risco à vida dos policiais e as violações de direitos das populações periféricas da região. De acordo com o levantamento da entidade, as operações realizadas na região nos meses de agosto e setembro de 2023 não foram eficazes, resultando em uma série de problemas, como a alta letalidade policial, o aumento de infrações ligadas ao crime organizado, como roubos de cargas, e a ineficácia do policiamento para prevenir furtos, roubos e agressões.

Uma das operações mais destacadas foi a Operação Escudo, desencadeada após a morte do policial militar Patrick Bastos Reis, que resultou na morte de 28 pessoas em um período de 40 dias. Uma segunda etapa da operação em São Vicente resultou em mais oito mortes, evidenciando a gravidade da situação na região.

O aumento significativo de tentativas de homicídios, roubos de carga e outros crimes durante as operações chamou a atenção da entidade, que também ressaltou a falta de investigação e elucidação por parte da Polícia Civil e da Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo. O aumento das ocorrências de furtos de veículos, lesão corporal dolosa, roubos em geral e roubo de veículos também foi destacado no relatório.

Além disso, a análise do Instituto Sou da Paz apontou que os resultados das operações policiais na Baixada Santista não foram satisfatórios, com um aumento de crimes violentos mesmo diante do grande efetivo mobilizado. O instituto ressaltou a falta de preparo, inteligência e investigação por parte dos órgãos de segurança pública na região.

Diante do cenário preocupante, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, foi denunciado à Organização das Nações Unidas (ONU) por violações de direitos humanos, incluindo execuções sumárias, tortura e prisões forjadas. A Secretaria da Segurança Pública defendeu as operações na Baixada Santista, destacando as prisões de lideranças do tráfico de drogas na região e a apreensão de armas de fogo ilegais e drogas.

No entanto, as críticas ao governo paulista e à atuação policial na região continuam, evidenciando a necessidade de rever as estratégias de segurança pública para garantir a efetividade e respeito aos direitos dos cidadãos.

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