Os dados do Censo 2022, divulgados nesta quinta-feira (21) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelaram que 111,28 milhões de pessoas vivem em uma faixa de território que se estende até 150 quilômetros da costa brasileira. Isso representa 54,8% da população total do país, que é de 203,08 milhões de habitantes.
Comparado com os dados de 2010, houve um aumento de quase 5 milhões de pessoas vivendo próximo ao litoral. No entanto, a proporção da população que reside nessa região em relação ao total do país diminuiu, passando de 55,8% em 2010 para 54,8% em 2022.
Além disso, o Censo revelou que 9,42 milhões de brasileiros vivem na faixa de fronteira, a até 150 quilômetros dos limites do território nacional, o que representa 4,6% da população total. Parte do litoral sul do Rio Grande do Sul e do noroeste do Amapá se encontram tanto na faixa litorânea quanto na faixa de fronteira.
Os dados foram obtidos a partir da análise dos mais de 452 mil setores censitários do Censo 2022, que são territórios delimitados pelo IBGE e fornecem informações detalhadas sobre a população e os domicílios do país. Esses setores permitem uma análise minuciosa dos indicadores sociais de cada região, auxiliando tanto o planejamento do instituto quanto de gestores públicos.
Nesta quinta-feira, foram divulgados dados preliminares dos setores censitários, com a informação de que os resultados consolidados serão apresentados no segundo semestre. O Censo também revelou que o presídio da Papuda, no Distrito Federal, é o setor censitário mais populoso, com 10.163 habitantes, enquanto o Condomínio Itapoã Parque, também em Brasília, possui o maior número de domicílios, com 6.322 residências.
O Censo de 2022 trouxe melhorias na delimitação dos setores censitários, com o uso de imagens de alta resolução e registros administrativos georreferenciados. Isso permitiu uma coleta de dados mais refinada e detalhada, resultando em informações mais precisas e abrangentes sobre a população e os domicílios do país.
O pesquisador do IBGE, Raphael Moraes, destacou a importância dessas informações em situações de desastres naturais, como o ocorrido em 2023 na comunidade Vila Sahy, em São Sebastião, onde o instituto colaborou com dados que auxiliaram o Poder Público na identificação de vítimas. Desde o Censo de 1940, o número de setores censitários vem crescendo, demonstrando uma evolução na produção de dados geográficos no Brasil.