Segundo as investigações conduzidas pela PF, os desvios envolvendo as joias teriam ocorrido entre meados de 2022 e o início de 2023. Dentre os casos descobertos pela polícia, destaca-se o envolvimento do general Cid, que teria recebido US$ 68 mil pela venda de dois relógios de luxo em sua conta bancária. O militar estava lotado no escritório da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) em Miami, no momento em que os fatos ocorreram.
As investigações da PF também revelaram que os presentes recebidos originalmente pelo ex-presidente Bolsonaro foram transportados para fora do país em malas a bordo do avião presidencial. Entre esses presentes estavam esculturas folheadas a ouro, além de joias de luxo. Mauro Cid, que atuava como ajudante de ordens de Bolsonaro, teria participado ativamente do esquema de desvio desses itens para posterior venda nos Estados Unidos.
De acordo com os investigadores, Mauro Cid tentou comercializar os itens em lojas especializadas na Flórida, porém encontrou dificuldades devido ao fato de que não eram completamente compostos de ouro. A PF estima que o valor dos itens desviados pode chegar a US$ 120 mil.
É importante ressaltar que o Tribunal de Contas da União (TCU) estabeleceu que os presentes recebidos pelo Presidente da República em viagens oficiais devem ser incorporados ao acervo do Estado brasileiro e não considerados como bens pessoais. A exceção são itens de natureza personalíssima ou de consumo direto.
Diante das evidências apresentadas durante as investigações, a participação do general Mauro Lourena Cid no esquema de desvio e venda de joias e presentes oficiais recebidos pelo governo brasileiro no exterior vem sendo cada vez mais esclarecida. As autoridades responsáveis pelo caso continuam empenhadas em apurar todos os detalhes relacionados a esse escândalo que envolve altos escalões do governo passado.
