Número reduzido de profissionais com doutorado e mestrado no Brasil gera desafios para mercado de trabalho, apontam debatedores da Comissão de Educação

Nesta terça-feira (26), a Comissão de Educação (CE) promoveu um debate acerca das políticas públicas e perspectivas para o mercado de trabalho dos pós-graduandos. Durante a reunião, os participantes destacaram desafios como a escassez de profissionais com doutorado e mestrado no Brasil, ressaltando a necessidade de mais investimentos e maior absorção desses profissionais pelo mercado de trabalho.

O requerimento (REQ 70/2023 – CE) para a audiência foi apresentado pela senadora Teresa Leitão (PT-PE), que presidiu o encontro virtual. Ela destacou a importância do investimento em pesquisa, ciência e tecnologia para o desenvolvimento nacional e para a projeção internacional do país.

Durante a discussão, Olival Freire Júnior, presidente substituto do CNPq, afirmou que o orçamento atual da CAPES não está adequado para sustentar o número crescente de doutores recém-formados no Brasil. Ele alertou para os sinais de crise e a necessidade de diagnóstico preciso por parte do Estado para evitar prejuízos no futuro.

Vinicius Soares, presidente da ANPG, enfatizou que o país enfrenta dificuldades para atingir a meta de formação de 25 mil doutores por ano, devido a fatores sistêmicos que impedem a absorção desses profissionais no mercado de trabalho, que foram agravados pela pandemia.

O declínio no interesse pela pós-graduação, segundo Vinícius, está relacionado à perda de direitos sociais básicos e à falta de perspectivas profissionais para os pós-graduados. Charles Morphy D. Santos, presidente do FOPROP, reconheceu um leve aumento nos investimentos em 2023, mas ressaltou que não é o suficiente para reverter a situação.

Denise Pires de Carvalho, presidente da CAPES, alertou que o Brasil forma significativamente menos doutores do que a média da OCDE. Já Helena Bonciani Nader, presidente da ABC, defendeu a necessidade de políticas para estimular a contratação de mestres e doutores pela iniciativa privada, destacando a importância da ciência para o desenvolvimento.

Diante desse cenário, fica evidente a urgência de medidas para garantir a qualidade e a ampliação da pós-graduação no país, bem como a inserção efetiva desses profissionais no mercado de trabalho.

Sem dúvida, a valorização da educação e da pesquisa são fundamentais para impulsionar o desenvolvimento nacional e posicionar o Brasil de forma competitiva no cenário global.

Fonte: Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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