A maior parte do prejuízo em 2023, no valor de R$ 123 bilhões, foi atribuída a operações cambiais, como swaps (venda de dólares no mercado futuro) e variações nas reservas internacionais. A desvalorização do dólar em 7,86% ao longo do ano resultou em perdas na conversão dessas operações para reais.
Apesar do cenário desafiador, o Banco Central ainda obteve um lucro operacional de R$ 8 bilhões em 2023. Somando esse ganho às perdas cambiais, chegou-se ao prejuízo final de R$ 114,2 bilhões.
A legislação de 2019 que regula a relação entre o Banco Central e o Tesouro Nacional determina que, do prejuízo total, R$ 111,2 bilhões serão cobertos por títulos públicos emitidos pelo Tesouro, enquanto os R$ 3 bilhões restantes serão absorvidos através da redução do patrimônio do BC.
Vale ressaltar que o último resultado positivo obtido pelo Banco Central foi em 2021, quando registrou um lucro recorde de R$ 85,9 bilhões. Na época, a instituição havia criado uma reserva de lucros para cobrir eventuais perdas nos anos seguintes, reserva essa que foi esgotada no ano passado.
A alteração para apuração anual do resultado do BC, estabelecida pela Lei Complementar 179 de 2022, reflete o desafio enfrentado pelo Banco Central diante do contexto econômico nacional e internacional.