De acordo com as estimativas apresentadas pelo Serviço Geológico, que possuem 80% de confiabilidade e foram antecipadas em 75 dias para o pico da cheia, o último ano foi desafiador para a região da Amazônia, impactando negativamente a navegação, o setor produtivo e a vida aquática. A diretora de Hidrologia e Gestão Territorial do SGB, Alice Castilho, destacou a importância dessas previsões para auxiliar estados e municípios da região a se prepararem e protegerem suas populações, especialmente aquelas que vivem nas margens dos rios.
O Sistema de Alerta Hidrológico do Amazonas, coordenado pelo SGB desde 1989, monitora áreas-chave como os municípios de Manaus, Manacapuru, Itacoatiara e Parintins. Marcelo Mota, superintendente da unidade de Manaus do SGB, ressaltou que os dados fornecidos pelas previsões auxiliam órgãos como a Defesa Civil a planejar e mobilizar os recursos necessários para lidar com as cheias de forma eficaz.
A pesquisadora de Geociências do SGB, Jussara Cury, informou que as previsões para a cheia deste ano indicam um cenário de normalidade, com os rios do Amazonas atingindo níveis próximos às médias históricas. Em Manaus, por exemplo, a previsão é que o Rio Negro alcance aproximadamente 27,21 metros, abaixo da cota de inundação, mas acima da cota de alerta. Em contrapartida, em Itacoatiara, a previsão aponta para níveis abaixo do esperado para a época, não ultrapassando a cota de inundação.
Os fatores responsáveis pela seca severa na região amazônica em 2023 foram analisados pelo pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, Renato Senna. Ele destacou a atuação conjunta do fenômeno El Niño e do aumento nas temperaturas do Oceano Atlântico Norte como os principais motivos para a escassez hídrica na região. No entanto, a expectativa agora é que o El Niño dê lugar a um período neutro, com a possibilidade de ocorrência do La Niña, que favorece a formação de chuvas na região amazônica.
As previsões climatológicas são fundamentais para auxiliar na tomada de decisões e no planejamento de ações preventivas em caso de cheias ou secas, contribuindo para a segurança e o bem-estar da população que reside nas áreas impactadas. É importante que órgãos competentes e a sociedade estejam atentos a essas previsões e se preparem adequadamente para lidar com os desafios impostos pela dinâmica climática da região amazônica.