Brasil atinge menor índice de sub-registro de nascimento da história em 2022, aponta IBGE em novo estudo.

O índice de sub-registro de nascimento no Brasil em 2022 atingiu o menor patamar da série histórica iniciada em 2015, de acordo com dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em um estudo complementar à aplicação da técnica de Captura-Recaptura. O índice foi de 1,31%, o que significa que 33.726 dos 2,6 milhões de nascidos vivos no país não foram registrados no período legal estipulado até março do ano seguinte.

Essa redução nos sub-registros é atribuída a ações legislativas, como o marco legal da primeira infância, que determinou que o registro civil deve ser feito em unidades interligadas de maternidades, permitindo que a criança saia do local com o registro já realizado. O estatístico do IBGE, José Eduardo Trindade, destacou que os percentuais de sub-registro vêm diminuindo desde 2015, com exceção de 2020 devido ao fechamento dos cartórios durante a pandemia de covid-19.

O estudo também revelou disparidades regionais significativas em relação ao sub-registro de nascimentos. O Norte apresentou o maior percentual (5,14%), seguido pelo Nordeste (1,66%) e o Sul com o menor índice (0,21%). Essas diferenças são atribuídas à dificuldade de acesso aos cartórios enfrentada pela população de algumas regiões.

Além disso, o documento de nascimento é essencial para garantir direitos à saúde, educação e cidadania, sendo o primeiro passo para que a pessoa tenha seus direitos civis e sociais reconhecidos. No entanto, a falta de registro pode tornar a pessoa “invisível” perante a sociedade e impedir o pleno exercício de seus direitos.

Em relação aos óbitos, o estudo estimou 1.561.339 mortes no país em 2022, com um índice de sub-registro de 3,65%, acima do registrado no ano anterior. Tanto os sub-registros quanto as subnotificações foram maiores entre os bebês que morreram até 27 dias após o nascimento. O estado do Maranhão apresentou os maiores percentuais de sub-registro e subnotificação para pessoas com mais de 80 anos, enquanto o Distrito Federal e o Rio de Janeiro registraram os menores índices.

Em suma, a obtenção de registros de nascimento e óbito é crucial para o reconhecimento da cidadania e dos direitos das pessoas, sendo essencial para a garantia de uma sociedade justa e inclusiva. A erradicação do sub-registro e da subnotificação é fundamental para assegurar que todos tenham acesso pleno aos seus direitos desde o momento do nascimento.

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