Acusados de envolvimento nas mortes de líder do movimento Mães de Acari são absolvidos por insuficiência de provas.

O Conselho de Sentença do I Tribunal do Júri proferiu uma decisão polêmica ao absolver os quatro acusados de envolvimento nas mortes de Edmea da Silva Euzébio e de sua sobrinha, Sheila da Conceição. As vítimas faziam parte do movimento conhecido como Mães de Acari, formado por mães de 11 jovens da Favela do Acari que desapareceram sem deixar rastros em 1990.

Edmea e Sheila foram brutalmente executadas a tiros em plena luz do dia, no estacionamento da estação do metrô da Praça XI, no Centro do Rio de Janeiro. Esse crime chocou a população e gerou uma grande comoção na época.

Os réus, Eduardo José Rocha Creazola, Arlindo Maginário Filho, Adilson Saraiva Hora e Luis Claudio de Souza, foram absolvidos por falta de provas convincentes que os ligassem diretamente aos assassinatos. Vale ressaltar que na época do crime, três dos acusados eram policiais militares e um era motorista do então subprefeito da Barra da Tijuca.

Durante o julgamento, foram reproduzidos em vídeo depoimentos de testemunhas chave e do tenente-coronel da reserva da PM Valmir Alves Brum. Além disso, o delegado Antonio Silvino Teixeira foi ouvido, e os quatro réus foram interrogados.

A promotora Flávia Maria Moura Machado argumentou que não havia evidências sólidas para a condenação e pediu a absolvição dos acusados. Os advogados de defesa também solicitaram a mesma decisão, baseados na falta de provas contundentes.

Por outro lado, o caso das Mães de Acari continua sem respostas, com os corpos das vítimas nunca sendo encontrados. A Comissão Interamericana de Direitos Humanos não poupou críticas ao Estado brasileiro por não cumprir as recomendações feitas em relação ao caso, levando-o para a Corte Interamericana de Direitos Humanos em 2022.

Em meio a tantas reviravoltas, a justiça parece ainda estar longe de ser feita para as famílias das vítimas, que continuam em busca de respostas e de justiça para os seus entes queridos desaparecidos.

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