De acordo com a Embrapa, uma das áreas ocupadas faz parte do Campo Experimental de Caatinga e é destinada aos rebanhos de criação extensiva. No entanto, o MST alega que o terreno de 1,5 mil hectares é improdutivo. Esta é a terceira vez que o movimento ocupa uma área da Embrapa Seminário, unidade com sede em Petrolina.
Durante uma coletiva de imprensa para detalhar o lançamento do programa Terra da Gente, que visa retomar a destinação de terras para a reforma agrária, Teixeira afirmou que o governo irá assinar uma transferência de recursos esta semana para que a Embrapa possa produzir sementes para agricultores familiares da região de Petrolina, atendendo assim a uma das reivindicações do MST. Outras demandas atendidas incluem o assentamento no perímetro irrigado e a abertura de um escritório regional do Incra.
As ocupações realizadas pelo MST fazem parte do Abril Vermelho, uma série de ações em memória do massacre de Eldorado dos Carajás, no Pará, em 1996. Durante uma marcha por reforma agrária, 21 trabalhadores foram executados por policiais militares, e desde então o movimento realiza ações para lembrar o trágico evento. Até o momento, o MST já realizou cerca de 30 ações, incluindo 24 ocupações de terras em 11 estados.
Com o governo atendendo às reivindicações e os protestos sendo considerados resolvidos, o clima de tensão nas áreas ocupadas deve diminuir. A assinatura da transferência de recursos para a Embrapa e o atendimento das demandas do MST representam um passo em direção à resolução das questões relacionadas à reforma agrária em Pernambuco.
