Durante a sessão, o deputado Chico Alencar (PSOL-RJ), que presidiu o colegiado, expressou surpresa com a retirada dos nomes dos relatores do caso. Segundo Alencar, a justificativa dada pelos deputados foi que consideravam a função “arriscada”, sem explicar especificamente o motivo.
Bruno Ganem alegou que sua decisão se deu em função de compromissos relacionados à sua pré-candidatura para as eleições municipais deste ano. Já Ricardo Ayres afirmou que não poderia assumir a relatoria devido a sua designação para outro processo por quebra de decoro parlamentar. Gabriel Mota não explicou sua recusa em relatar o processo.
O caso contra Brazão pode resultar na cassação de seu mandato e, atualmente, ele se encontra detido na Penitenciária Federal de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul. Na semana passada, o plenário da Câmara decidiu por manter a prisão do deputado com uma ampla maioria de votos.
Com a desistência dos três parlamentares originais, novos nomes foram sorteados para assumir a relatoria do processo contra Brazão. Entre eles estão as deputadas Jack Rocha (PT-ES) e Rosângela Reis (PL-MG), e o deputado Joseildo Ramos (PT-BA). Desses, apenas Rosângela votou a favor da libertação do deputado preso.
Agora, o presidente do Conselho de Ética, Leur Lomanto Júnior (União/BA), terá a responsabilidade de escolher um novo relator a partir da lista sorteada. O deputado Chico Alencar demonstrou otimismo com a nova seleção e enfatizou a importância de que o novo relator não recuse a tarefa.
Além do caso de Brazão, nesta quarta-feira, o Conselho de Ética também arquivou representações por quebra de decoro parlamentar contra os deputados Ricardo Salles (PL-SP), General Girão (PL-RN), Lindbergh Farias (PT-RJ) e Sâmia Bomfim (PSOL-SP). Todos os relatores desses casos votaram pelo arquivamento, decisão que foi acompanhada pela maioria do Conselho.