Levantamento do IBP revela que seis estaleiros brasileiros estão desativados e nove sem demanda de projetos navais. Maior capacidade para processar aço está parada.

Um levantamento realizado pelo Instituto Brasileiro do Petróleo (IBP) revelou informações preocupantes sobre a situação dos estaleiros brasileiros. De acordo com o estudo, lançado nesta quinta-feira (18), dos 48 estaleiros mapeados, seis deles estão inativos e nove estão ativos, porém sem demanda para projetos navais no momento.

Entre os estaleiros ativos, mas sem projetos em andamento, destacam-se os dois maiores do país: Enseada, localizado na Bahia, e o Atlântico Sul, em Pernambuco. Juntos, esses dois estaleiros possuem capacidade para processar mais de 200 mil toneladas de aço por ano, representando 40% da capacidade instalada na indústria naval brasileira.

Além disso, o levantamento apontou que o estaleiro de grande porte QGI, no Rio Grande do Norte, também está sem demanda atualmente. Outro estaleiro, o Brasa, no Rio de Janeiro, encontra-se desativado, de acordo com o IBP.

A Petrobras, principal operadora petrolífera do país, participou ativamente da produção do levantamento. O presidente da estatal, Jean Paul Prates, ressaltou a importância da empresa como pilar principal da demanda naval no Brasil.

Prates destacou a necessidade de resgatar a indústria naval, enfatizando a importância de uma indústria renovada que continuará sendo essencial para o transporte e logística, principalmente no setor de energias renováveis como as usinas eólicas offshore.

O presidente da Petrobras mencionou que a empresa já possui projetos em andamento com estaleiros brasileiros, como a produção de módulos das plataformas P78, P80, P83, P79 e P82. Além disso, Prates anunciou a contratação de 34 embarcações de apoio ainda este ano, sendo 24 delas já confirmadas.

Durante o evento de lançamento do levantamento, Prates defendeu a criação de um Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do Mar pelo governo, visando estimular a indústria naval e facilitar o acesso a financiamentos para os estaleiros brasileiros.

Diante do cenário apresentado pelo IBP, fica evidente a necessidade de incentivar e fortalecer a indústria naval no Brasil, garantindo sua sustentabilidade e contribuindo para o desenvolvimento econômico do país.

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