O relatório ressaltou que Israel fez declarações públicas afirmando que um número significativo de funcionários da UNRWA são membros de organizações terroristas, mas até o momento não apresentou evidências que comprovem essas alegações. Além disso, o parecer reconheceu que a UNRWA possui mecanismos mais eficazes em comparação com outras agências da ONU para garantir a neutralidade política. No entanto, foram identificados riscos para essa neutralidade, especialmente em materiais educativos utilizados nas escolas da agência e em manifestações políticas de funcionários nas redes sociais.
O documento apresentou 50 recomendações para melhorar os mecanismos de neutralidade da UNRWA, as quais foram aceitas pelo chefe da agência, Philippe Lazzarini, e pelo secretário-geral da ONU, António Guterres. Entre as recomendações estão a criação de uma unidade de investigação da neutralidade, formação do pessoal, novas regras para seleção de candidatos a funcionários e aumento da transparência na comunicação com os doadores.
A investigação, que teve início em 13 de fevereiro, incluiu visitas às instalações da UNRWA na Jordânia, Jerusalém e na Cisjordânia, além de entrevistas com mais de 200 pessoas, incluindo países doadores e partes interessadas como a Autoridade Palestina e Israel. O relatório destacou também que Israel não comunicou à agência de palestinos nenhuma restrição relacionada aos funcionários listados desde 2011.
Diante das conclusões do relatório, o chefe da UNRWA, Philippe Lazzarini, afirmou que a agência desenvolverá um plano de ação para atender às demandas apresentadas. Ele ressaltou o compromisso da UNRWA em aplicar os valores e princípios humanitários da ONU, enfatizando a importância do trabalho da agência para prestar assistência aos refugiados palestinos. A UNRWA se compromete a fortalecer seus esforços e resposta, especialmente em um momento delicado para o povo palestino.