Projeto de Lei Complementar isenta alimentos ultraprocessados do “Imposto do Pecado” e taxa produtos prejudiciais à saúde e meio ambiente

Em uma importante atualização sobre a reforma tributária do consumo, o Imposto Seletivo foi criado com o objetivo de tributar produtos prejudiciais à saúde e ao meio ambiente. No entanto, surpreendentemente, os alimentos ultraprocessados foram poupados da incidência deste imposto, conforme o projeto de lei complementar enviado ao Congresso na última quarta-feira. Essa exclusão contrariou recomendações do Ministério da Saúde e de entidades da sociedade civil, que defendiam a cobrança do tributo extra sobre esse tipo de alimento.

Por outro lado, bebidas açucaradas entrarão na lista dos produtos tributados pelo Imposto Seletivo. Isso inclui produtos como biscoitos recheados, salgadinhos, barras de cereais, macarrão instantâneo, sopas de pacote e sorvetes. Além desses alimentos, o imposto também atingirá produtos como petróleo, gás natural, minério de ferro, veículos, aeronaves e embarcações consideradas poluentes.

A taxação de bebidas alcoólicas seguirá um critério proporcional ao teor alcoólico presente em cada bebida, com alíquotas diferenciadas de acordo com esse conteúdo. Os cigarros, por sua vez, terão a alíquota do Imposto Seletivo baseada no teor de nicotina e alcatrão presentes nos produtos, mantendo a política de saúde pública de taxação desses itens.

Já veículos, aeronaves e embarcações serão tributados proporcionalmente ao seu grau de poluição e falta de tecnologias inovadoras. Critérios como potência, eficiência energética, desempenho estrutural e tecnologias direcionadas à direção serão levados em consideração na definição da alíquota.

É importante ressaltar que a reforma tributária busca incentivar a sustentabilidade e a inovação nos setores impactados pelo Imposto Seletivo, com a concessão de alíquotas zero para veículos considerados sustentáveis e para táxis e veículos vendidos a pessoas com deficiência. No entanto, a incidência do imposto sobre exportações pode gerar questionamentos legais, visto que um dos princípios da reforma é evitar a exportação de tributos.

Em resumo, o Imposto Seletivo traz mudanças significativas na tributação de produtos nocivos, promovendo uma taxação mais justa e sustentável, apesar da exclusão dos alimentos ultraprocessados que ainda geram debates na sociedade e entre especialistas da área de saúde.

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