Os manifestantes alegam que os policiais entraram no prédio sem autorização judicial e que a perseguição aos imigrantes senegaleses na região é recorrente. Eles afirmam que Talla não estava envolvido em nenhum crime e contestam a versão policial sobre o ocorrido.
A antropóloga Amanda Amparo, presente no ato, relatou que já havia relatos de invasões policiais no prédio onde ocorreu o incidente. Segundo os senegaleses presentes, os policiais abriram várias portas até chegarem ao apartamento de Talla. Ao perceber a presença dos policiais, Talla teria tentado fugir pulando pela janela, resultando em sua queda fatal.
O grupo que protestou fez questão de ressaltar que a morte de Talla não deve ser investigada de forma isolada, mas sim como parte de um padrão de opressão enfrentado pela comunidade imigrante na região. Eles alertam para o medo de que outros senegaleses também possam ser vítimas de violência policial.
A Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou que os policiais estavam no local para investigar o comércio de celulares roubados, o que teria levado à detenção do homem que estava com diversos aparelhos eletrônicos. No entanto, a SSP não esclareceu se os equipamentos eram fruto de roubo ou furto.
O advogado especialista em direitos humanos, Alisson Santos, ressaltou a importância de combater a criminalização e discriminação enfrentadas pelos imigrantes africanos na região central de São Paulo. Ele destacou a necessidade de garantir acesso à justiça e implementar políticas antidiscriminatórias para promover uma sociedade mais justa e inclusiva para todos os residentes, independentemente de sua origem ou nacionalidade.
