Indígena Xokleng é encontrado assassinado em Santa Catarina, em meio a disputa de terras indígenas após decisões polêmicas.

No último dia 27, um triste acontecimento abalou a comunidade indígena Xokleng em Santa Catarina. Hariel Paliano, de 26 anos, foi encontrado sem vida às margens da rodovia que conecta os municípios de Doutor Pedrinho e Itaiópolis. Seu corpo apresentava sinais de espancamento e queimaduras, evidenciando a brutalidade do crime.

Segundo o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), o homicídio ocorreu a apenas 300 metros da residência de Hariel, onde ele vivia com sua mãe e seu padrasto, que é líder da aldeia Kakupli. Esta não foi a primeira vez que a família foi alvo de violência, já que no início do mês a casa foi atingida por disparos de arma de fogo. A Polícia Federal está conduzindo as investigações para esclarecer os fatos.

O momento do crime coincidiu com o retorno de parte dos indígenas da aldeia de Brasília, após participarem do Acampamento Terra Livre (ATL) na semana anterior. A região onde vivem os Xokleng, juntamente com as etnias Kaingang e Guarani, é a Terra Indígena Ibirama La Klaño, que tem sido palco de disputas territoriais.

A recente decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que considerou inconstitucional a tese do marco temporal para demarcação de terras indígenas, trouxe à tona tensões e conflitos nessa região. O Cimi, em nota de solidariedade à família de Hariel, ressaltou que a violência tem se intensificado após a aprovação dessa medida pelo Congresso.

Além disso, a determinação do ministro Gilmar Mendes para a realização de conciliação nas ações relacionadas à validade do marco temporal também tem gerado controvérsias e provocado reações adversas contra os povos indígenas. A tese do marco temporal restringe os direitos territoriais dos indígenas, limitando-os apenas às terras que ocupavam em 1988.

Diante desse cenário de conflitos e de violações dos direitos indígenas, é fundamental que as autoridades atuem de forma eficaz para garantir a segurança e a proteção dessas comunidades vulneráveis. A justiça e a solidariedade devem prevalecer para combater a intolerância e a violência que assolam as populações tradicionais de nosso país.

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