Governo lança projeto de capacitação para trabalhadoras domésticas em condições precárias no Brasil.

Recentemente, foi divulgado que apenas 23% das pessoas que trabalham como empregadas domésticas no Brasil estão em condições formais, ou seja, possuem carteira assinada e direitos trabalhistas garantidos. Essa categoria, da qual 92% são mulheres e 61,5% são negras, enfrenta uma situação precária e com poucas perspectivas de melhora. Diante desse cenário preocupante, o governo em parceria com a Federação Nacional das Trabalhadoras Domésticas (Fenatrad) lançou um projeto inovador para qualificar essas profissionais.

O projeto intitulado “Mulheres Mil: Trabalho Doméstico e Cuidados” tem como objetivo oferecer 900 vagas em cursos de capacitação profissional para empregadas domésticas em diversas cidades do país, como Aracaju, Salvador, São Luís, São Paulo, Recife, Mesquita e Nilópolis. As primeiras aulas estão previstas para iniciar em abril, com auxílio transporte e alimentação garantidos para as participantes.

Durante o lançamento do projeto, uma das inscritas, a trabalhadora doméstica Ivi Souza, compartilhou sua expectativa em relação ao curso de cuidador de idosos, uma atividade que já exerce na prática diária. Ela enfatizou a importância de valorizar o trabalho das empregadas domésticas, que frequentemente são mal remuneradas e enfrentam dificuldades para ter seus direitos respeitados. A coordenadora-geral da Fenatrad, Luiza Batista, também destacou a relevância do projeto e expressou sua esperança de que ele não se restrinja a um “projeto piloto”, mas se torne uma política pública duradoura.

O ministro Wellington Dias, do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, salientou a importância de uma política de cuidados e enfatizou o compromisso do governo em promover a qualificação profissional das trabalhadoras domésticas. Ele ressaltou a necessidade de um plano de formação em todos os estados do Brasil, visando garantir uma ampla qualificação para essas profissionais.

Além de atender mulheres em situação de vulnerabilidade social e econômica, o projeto busca abordar as desigualdades interseccionais de classe, gênero, raça, etnia, orientação sexual, curso de vida, território e deficiência. A iniciativa representa um passo importante na valorização e reconhecimento do trabalho das empregadas domésticas, que desempenham uma função essencial na sociedade.

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