Presidente do Senado critica governo por judicialização da desoneração da folha de pagamento, gerando crise de confiança entre os Poderes

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, do partido PSD, fez duras críticas nesta terça-feira (30) à decisão do governo de recorrer à Justiça para resolver questões políticas. Em uma entrevista coletiva, Pacheco afirmou que o ajuizamento de ações no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre trechos da Lei 14.784, que prorroga a desoneração da folha de pagamento de empresas e prefeituras até 2027, foi um erro primário e causou uma crise de confiança entre os Poderes.

Essa polêmica teve início na semana passada, quando o ministro do STF Cristiano Zanin concedeu uma liminar suspendendo a desoneração da folha, a pedido da Advocacia-Geral da União. A decisão foi submetida ao plenário, onde cinco dos 11 ministros votaram pela suspensão, mas o ministro Luiz Fux interrompeu a análise, pedindo vista por até 90 dias.

Essa disputa nos tribunais tem gerado preocupações, principalmente na área econômica. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, alertou que a manutenção da desoneração da folha para 17 setores e para pequenos municípios pode trazer o risco de uma nova reforma da Previdência em três anos.

Além disso, Pacheco condicionou a votação da PEC do Quinquênio, que cria adicional sobre o salário de carreiras jurídicas, à aprovação de um projeto que combate os supersalários no serviço público. Para o presidente do Senado, essa combinação resultaria em economia para as contas públicas, já que a redução de gastos com supersalários seria superior ao incremento de gasto para o pagamento do quinquênio.

Essa polêmica tem gerado desdobramentos importantes no cenário político e econômico do país, mostrando a complexidade das relações entre os Poderes e a necessidade de um diálogo mais efetivo para resolver essas questões internas.

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