03/05/2024 – 08:51
A preocupação com o declínio da exportação de camarão brasileiro foi tema de uma importante audiência pública realizada na Comissão de Desenvolvimento Econômico da Câmara dos Deputados. Representantes do governo, da sociedade civil e do Parlamento se reuniram em busca de soluções para reverter a situação e restabelecer o Brasil como um grande exportador desse crustáceo.
O deputado Mersinho Lucena (PP-PB) destacou que o Brasil já foi o maior exportador de camarão do mundo, mas esse recorde foi alcançado há mais de duas décadas. “Naquela época, 30% do camarão consumido na França era de origem brasileira. O mercado norte-americano e chinês também eram grandes consumidores do nosso produto”, ressaltou. “Atualmente, quase toda a produção de camarão no país é destinada ao mercado interno. As exportações são praticamente inexistentes.”
O parlamentar defende a necessidade de impulsionar a produção nacional para que o Brasil volte a se destacar no mercado internacional de camarão. “O Equador, um país muito menor que o nosso, exporta 6 bilhões de dólares em camarão por ano”, comparou. “Precisamos de uma coordenação efetiva entre os ministérios envolvidos para reabrir esse mercado, pois nosso produto tem qualidade indiscutível”, complementou.
O presidente da Associação Brasileira de Criadores de Camarão (ABCC), Itamar Rocha, alertou que a falta de exportação prejudica principalmente os pequenos produtores. Apesar do aumento significativo no consumo interno nos últimos anos, as exportações continuam baixas. “De 2016 a 2023, nossa produção triplicou, passando de 60 mil para 180 mil toneladas. O consumo per capita de camarão também cresceu, saindo de 200g para 1,1kg”, destacou.
O representante do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Herlon Brandão, enfatizou que a retomada das exportações de camarão é crucial para o país. “Esse mercado movimenta mais de 30 bilhões de dólares, equivalente ao mercado global de aves. O Brasil, que é um dos maiores exportadores de carne bovina e de aves, não pode ficar de fora desse segmento”, lamentou.
Da Redação – RL
