Para Roston, é inaceitável que o direito ao resgate de vítimas de trabalho escravo seja negado, como aconteceu no caso de Sônia. O audit fiscal ainda destacou a falta de acesso à educação e saúde por parte dela, bem como a condição de trabalho doméstico desde os nove anos de idade e a ausência de convívio com a família.
A irmã de Sônia, Marta de Jesus, revelou a busca incessante da mãe pela filha desaparecida quando ainda era criança, que faleceu sem rever a filha. A situação de Sônia veio à tona durante uma operação na casa do desembargador Jorge Luiz de Borba, em Florianópolis, onde ela vivia em condições questionáveis por mais de 40 anos.
A defensoria pública tem se posicionado contrariamente à decisão do Superior Tribunal de Justiça que permitiu o reencontro de Sônia com os investigados, argumentando que isso poderia violar normas de proteção às mulheres vítimas de violência doméstica. Mesmo assim, o ministro do STF, André Mendonça, negou o pedido feito pela DPU.
O caso de Sônia Maria de Jesus chamou a atenção de especialistas e autoridades no combate ao trabalho escravo, sendo considerado emblemático para o enfrentamento desse tipo de crime em ambiente doméstico. A situação vivida por Sônia evidencia a necessidade de garantir a dignidade e os direitos básicos de todas as pessoas, independentemente de sua condição social ou familiar.