A prematuridade é considerada mais comum do que se imagina, com dados do Serviço de Neonatologia do HGCC indicando que 1.345 bebês nasceram prematuros apenas na unidade hospitalar entre janeiro e outubro de 2023. Estima-se que, ao longo da gravidez, o acompanhamento pré-natal de qualidade pode prevenir a prematuridade em até 70% dos casos.
O chefe do Serviço de Ginecologia e Obstetrícia do HGCC, Flávio Ibiapina, explicou que a prematuridade ocorre quando o bebê nasce antes da 37ª semana de gestação, o que pode acarretar sequelas devido à imaturidade dos órgãos e sistemas, principalmente o sistema respiratório e o sistema nervoso central. Para diminuir o risco do parto prematuro, é recomendado realizar um pré-natal adequado, controlando infecções, anemia, e realizando cuidados como ultrassonografias para medir o colo uterino.
De acordo com o obstetra, o pré-natal pode prevenir a prematuridade em até 70% dos casos, e em situações de risco aumentado, como histórico de parto prematuro ou doenças prévias como hipertensão e diabetes, o cuidado deve ser redobrado. Isso se deve ao fato de que a prematuridade aumenta o risco de morte neonatal ou de morbidades para o bebê, o que requer investimentos em terapia ocupacional, fisioterapia ou psicopedagogia para garantir o desenvolvimento saudável da criança.
Mesmo com todos os cuidados, existem situações em que a prematuridade é inevitável, como no caso de Ana Angélica, que teve uma infecção urinária assintomática na gravidez e deu à luz mais cedo do que o esperado. No entanto, casos assim são normais e requerem atenção especializada e cuidados específicos para garantir a saúde do bebê prematuro.
O HGCC oferece métodos modelo de assistência ao recém-nascido prematuro e sua família, garantindo cuidados desde a Unidade de Terapia Intensiva Neonatal até a alta médica. Com todos os cuidados necessários, o bebê prematuro de Ana Angélica e Manuel Messias passou de 1.590 kg para 2.108 kg em 44 dias, recebendo tratamento nutricional e acompanhamento de enfermidades oculares como a retinopatia da prematuridade.
É importante lembrar que as complicações da prematuridade são a principal causa de morte no período neonatal, segundo a Organização Pan-americana da Saúde (OPAS), o que ressalta a necessidade de atenção especializada e cuidados específicos para os bebês prematuros. O sucesso no tratamento e recuperação do bebê de Ana Angélica e Manuel Messias representa uma vitória para a equipe médica do HGCC e um motivo de esperança para outras famílias que passam pela mesma situação.