Polêmica na Bienal de Veneza: artista polonês Ignacy Czwartos alega censura do governo
O renomado artista Ignacy Czwartos acusa o governo da Polônia de censura após ter seu projeto cancelado na Bienal de Veneza, um dos eventos mais importantes do mundo no cenário artístico. O pintor havia sido selecionado para representar o país com sua obra “Experiência Polonesa na Tragédia: Entre Alemanha e Rússia”.
Segundo Czwartos, a escolha de sua obra para representar a Polônia ocorreu por meio de uma competição aberta quando o partido conservador PiS (Lei e Justiça) estava no comando de Varsóvia, capital do país europeu. No entanto, o Ministério da Cultura, agora sob comando de Donald Tusk, da oposição liberal, decidiu cancelar a participação do artista na Bienal.
De acordo com o próprio Czwartos, o contrato entre ele e a Galeria Zachęta, responsável pela exposição, já havia sido assinado. No entanto, em 29 de dezembro, o novo Ministro da Cultura, Bartłomiej Sienkiewicz, interrompeu o projeto, sem apresentar justificativas que, na visão do artista, configuram censura e vão contra a regulamentação em vigor.
O artista alega que a seleção de sua obra ocorreu de forma legal, e a decisão de cancelamento representa uma interferência indevida por parte do governo polonês. Por outro lado, o Ministério da Cultura polaco divulgou um comunicado afirmando que substituiu o projeto depois de analisar os procedimentos do concurso para a exposição, sem entrar em detalhes sobre as razões da substituição.
Diante da polêmica, a Polônia será representada na Bienal de Veneza pelo coletivo ucraniano Open Group, que apresentará um vídeo gravado em um campo de refugiados na Ucrânia em vez da obra de Czwartos.