Segundo a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), o padre é apontado como integrante do núcleo jurídico do suposto esquema golpista. Esse grupo teria a função de assessorar e elaborar minutas de decretos com fundamentação jurídica e doutrinária que atendessem aos interesses golpistas do grupo investigado.
A ação da PF resultou em busca e apreensão de equipamentos e documentos do padre José Eduardo de Oliveira e Silva, e ele também tem de cumprir medidas cautelares a partir de agora. Isso inclui a proibição de manter contato com os demais suspeitos e a entrega de todos os seus passaportes, nacionais e internacionais, até amanhã (dia 9).
O grupo jurídico em questão era composto pelo padre de Osasco, pelo ex-ministro da Justiça na gestão Jair Bolsonaro, Anderson Torres, pelo coronel Mauro César Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente, e por Filipe Martins, ex-assessor especial de Bolsonaro, e Amauri Feres Saad, advogado.
Além disso, há o registro de uma reunião entre o padre Oliveira e Silva, Filipe Martins e Amauri Feres Saad em Brasília, conforme indicado em documento pertinente. A decisão do ministro Alexandre de Moraes destaca que “José Eduardo possui um site com seu nome no qual foi possível verificar diversos vínculos com pessoas e empresas já investigados em inquéritos correlacionados à produção e divulgação de notícias falsas”.
O padre José Eduardo de Oliveira e Silva, nascido em Piracicaba, interior de São Paulo, foi ordenado sacerdote da Diocese de Osasco em 2006. Possui doutorado em teologia moral na Universidade da Santa Cruz, em Roma, bem como mestrado na mesma instituição.
Esse não é o primeiro momento em que o padre chama a atenção pelas suas declarações públicas. Em 2017, ele ganhou visibilidade ao postar frases polêmicas em relação à ideologia de gênero e, mais recentemente, fez críticas ao anúncio do Vaticano sobre a bênção de relacionamentos de casais do mesmo sexo.
Até o momento, o padre não se pronunciou publicamente sobre as acusações que pesam contra ele. A Diocese de Osasco, por sua vez, observa que aguardará a conclusão do caso e se colocará ao lado da justiça, cooperando com as autoridades para elucidação do assunto.