Os meses de abril, maio e junho deverão ser mais quentes do que o habitual, com exceção do centro-sul do Rio Grande do Sul, onde as temperaturas devem se manter dentro da normalidade. A coordenadora-geral do Inmet, Márcia Seabra, explicou que, em algumas regiões, as temperaturas podem chegar a ser até 2 graus acima da média durante todo o outono. Ela ressaltou que, além dos fenômenos climáticos El Niño e La Niña, as diferenças de temperatura estão possivelmente ligadas ao aquecimento global.
O El Niño, que atingiu o pico em dezembro do ano passado, já vem apresentando sinais de enfraquecimento e é provável que transite para uma condição mais neutra ao longo do outono. A meteorologista destaca que, ao final da estação, o fenômeno La Niña poderá começar a se formar no Brasil, trazendo consigo chuvas abaixo da média na Região Sul e acima da média nas regiões Norte e Nordeste.
Em relação às chuvas, a previsão é de que fiquem abaixo da média histórica na maior parte do Norte, Nordeste e Centro-Oeste do país, enquanto o Sul e o Sudeste devem receber chuvas com valores acima da climatologia, especialmente no Rio Grande do Sul e Santa Catarina, em áreas de São Paulo e sul de Minas Gerais.
No que diz respeito à safra, a região do Matopiba pode ser afetada pela previsão de chuvas abaixo da média, o que poderá prejudicar o plantio e as fases iniciais dos cultivos de segunda safra. Por outro lado, regiões como Centro-Oeste e Sudeste, com previsão de chuvas acima da média, podem se beneficiar com a manutenção do armazenamento hídrico no solo.
Em resumo, o outono deste ano promete ser marcado por temperaturas elevadas, com possíveis influências do aquecimento global, transição do El Niño para La Niña e variações nas condições de chuva em diferentes regiões do Brasil. É importante que agricultores e demais setores atentem para as previsões meteorológicas e se preparem para possíveis impactos decorrentes dessas mudanças climáticas.