Prisão de jornalista em Cuba gera protestos de organizações de direitos humanos
Várias organizações que atuam com direitos humanos vêm se manifestando contra a prisão em Cuba do jornalista José Luis Tan Estrada. Segundo observadores internacionais, ele foi detido após publicar na internet críticas ao regime num momento em que a ilha enfrenta a pior crise econômica em três décadas.
As acusações contra Estrada não foram especificadas. O jornalista foi capturado na última sexta-feira (26) e levado ao presídio Villa Marista, em Havana, destinado a acusados de crimes políticos. Estrada, que é colaborador de veículos independentes como CubaNet Noticias e Diário de Cuba, tem um blog e é ativo nas redes sociais.
A detenção de Estrada ocorre em meio a uma estratégia mais ampla do regime para reprimir vozes dissidentes após protestos recentes. Ouro indicativo disso é a intensificação das ameaças e ações do governo contra opositores, inclusive impondo penas mais longas a presos políticos, conforme relatado pelo site Periódico Cubano.
Segundo a imprensa local, Estrada participou de reuniões com jornalistas e ativistas para discutir medidas que poderiam aliviar a crise econômica e promover reformas democráticas. No entanto, estas ações pacíficas e de cunho favorável à liberdade têm sido duramente reprimidas pelo governo cubano.
A prisão de Estrada não é um fato isolado. Em novembro de 2022, ele foi demitido de seu cargo de professor na Universidade de Camagüey e multado por denunciar situações de abandono e má gestão governamental nas redes sociais.
Várias organizações, como a PEN Internacional e a Anistia Internacional, se pronunciaram contra a prisão de Estrada, pedindo sua libertação e criticando a postura repressiva do regime em relação às vozes críticas no país.
A situação econômica de Cuba é grave, com escassez de alimentos, remédios e combustível, além de problemas no fornecimento de energia. O embargo econômico imposto pelos EUA há mais de seis décadas tem agravado a crise, tornando a vida da população cubana ainda mais difícil.
Manifestações contra o governo têm se tornado mais frequentes no país, mas a falta de uma legislação clara sobre o direito de protesto coloca os manifestantes em um limbo legal. Os protestos de julho de 2021, os mais significativos desde a Revolução Cubana, geraram críticas internacionais à repressão do regime contra os manifestantes.