Análise de destroços de míssil norte-coreano mostra tecnologia de EUA, Europa e Ásia em armamento usado pela Rússia na Ucrânia.




Artigo Jornalístico

Análise dos destroços de míssil balístico revela peças vitais fabricadas fora da Coreia do Norte

Por Redação

Data: 20 de fevereiro de 2023

Uma descoberta reveladora foi divulgada recentemente pelo CAR (Pesquisa de Armamento de Conflito). A organização privada financiada pela União Europeia revelou que a análise dos destroços de um míssil balístico disparado pela Rússia contra a Ucrânia no início deste ano mostrou que o armamento era composto por centenas de peças vitais feitas nos Estados Unidos, Europa e Ásia, demonstrando a ineficácia do regime de sanções imposto à Coreia do Norte.

O míssil, de curto alcance KN-23 ou KN-24, foi disparado em 2 de janeiro do sul da Rússia contra Kharkiv, a segunda maior cidade ucraniana. Este evento foi apresentado como a primeira prova do fornecimento de armas norte-coreanas para a Rússia, indicando uma possível colaboração estreita entre os dois países. A descoberta revelou que 76,7% dos componentes identificados no míssil foram fabricados a partir de 2021, colocando em evidência como as sanções comerciais estão longe de coibir o desenvolvimento de armamentos sofisticados.

De acordo com a análise do CAR, 290 das peças recuperadas do míssil eram estrangeiras, a maioria delas associadas ao sistema de navegação da arma e sua parte eletrônica mais avançada. Do total, 75% das peças eram norte-americanas, 16% europeias e 9% de outros países da Ásia, revelando a ampla gama de envolvimento de diferentes nações no fornecimento de componentes para o armamento norte-coreano.

O CAR listou 26 empresas dos EUA, Alemanha, Holanda, Suíça, China, Japão, Taiwan e Singapura como fabricantes desses componentes, mostrando como países amigos podem ser utilizados para contornar as barreiras comerciais impostas sobre o regime de Pyongyang. Mesmo com um dos regimes mais severos de sanções do mundo desde 2006, a Coreia do Norte continua a manter negócios principalmente com a Rússia e com a China, driblando as restrições comerciais impostas por diversas entidades internacionais.

Este recente achado do CAR coloca em xeque a eficácia das sanções internacionais sobre a Coreia do Norte, que visam asfixiar seu desenvolvimento balístico. Desde 2017, Kim Jong-un tem continuado a testar uma vasta gama de mísseis, incluindo modelos de cruzeiro, lançados de submarinos e versões intercontinentais que representam um desafio para a segurança global. Com a colaboração e fornecimento de componentes de diferentes países, o regime norte-coreano parece estar encontrando formas de contornar as restrições impostas sobre seu desenvolvimento balístico e militar.


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