Um diálogo entre Mauro Cid e o então comandante do Exército, Marco Antônio Freire Gomes, revelou informações sobre articulações golpistas discutidas no Palácio da Alvorada. Cid, que era o ex-ajudante de Ordens, fornecia informações ao general Freire Gomes sobre as ações golpistas.
Chama atenção o fato de que Cid não mencionou essa reunião com os empresários em seu depoimento de delação premiada assinada com a Polícia Federal.
Os empresários Meyer Nigri e Luciano Hang, citados no diálogo, já eram alvo de investigação por disseminarem mensagens golpistas em um grupo de WhatsApp antes das eleições, de acordo com a PF.
Segundo a Polícia Federal, o diálogo revelou que os empresários incentivaram o então presidente a fazer um relatório mais duro, visando “virar o jogo” em relação ao sistema eleitoral brasileiro.
Essa reunião ocorreu dias antes de um encontro no qual o ex-assessor Filipe Martins levou um jurista para apresentar a Bolsonaro uma minuta de decreto golpista. A PF apurou que essa reunião ocorreu em 19 de novembro de 2022, e em 7 de dezembro de 2022, Bolsonaro apresentou aos comandantes das Forças Armadas a minuta do decreto golpista.
A defesa de Hang afirmou, em nota, que o empresário “jamais sugeriu ou pediu a quem quer que fosse a adoção de medida destinada a atentar contra o ordenamento jurídico e as instituições democráticas”. Afirmou também que, no dia seguinte às eleições, o empresário manifestou publicamente apoio ao resultado das urnas.